Discurso proferido na África do Sul, depois de beber muita... "água":
Discurso do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de lançamento da Campanha Internacional Turística para o Brasil 2014
Johannesburgo-África do Sul, 09 de julho de 2010
Meu querido companheiro Luiz Barretto, ministro do Turismo,
Meu querido companheiro Orlando Silva, ministro do Esporte,
Meu querido companheiro Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais,
Meu caro companheiro Jaques Wagner, governador do estado da Bahia,
Meu caro Orlando Pessuti, governador do estado do Paraná,
Minha querida companheira Jeanine Pires, presidente da Embratur,
Meu querido companheiro Rogério, nosso companheiro dos Direitos Humanos,
Meu caro companheiro Ricardo Teixeira, presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014,
Companheiro Eduardo Paes, nosso governador do estado do Rio de Janeiro – prefeito. Mas um dia, quem sabe, um dia, quem sabe...
Bem, eu não ia falar, porque já fiz vários discursos hoje, do que a Seleção brasileira jogou na Copa do Mundo. Mas eu penso que o que vocês viram nesse filme poderia ser vocês. Cada pessoa que conhecer o Brasil, certamente, sairá do Brasil com a imagem melhor do que a imagem que ela entrou no Brasil.
Eu acho que poucos países do mundo têm a diversidade que tem no Brasil para mostrar ao mundo. Eu digo sempre que quando a gente assiste à Copa do Mundo – e eu disse aqui ontem, nesse mesmo palco –, que quando você vê o time da Alemanha entrar em campo, com exceção do Cacau, agora, que é um brasileiro naturalizado alemão, você só vê alemão; quando você vê entrar o Japão em campo, você só vê japonês; tem um brasileiro japonês, o Paulo Tanaka, que marcou um gol a favor e um gol contra, entendeu? Quando você vê a Coreia do Norte ou a Coreia do Sul entrar em campo, a diferença é que uma é mais alegre do que a outra. Eu não sei, aquele rapaz chorava tanto quando tocava o hino da Coreia, eu acho que ele estava com medo de voltar. Mas, é tudo a mesma coisa.
Eu assisti o jogo Itália e... Teve Itália e Sérvia ou Itália e Croácia, em que nem no banco de reservas e nem no campo tinha um único negro. E, assim, você vai vendo que são poucos os países que têm essa diversidade de raça, essa diversidade cultural que tem o Brasil.
Então, o Brasil teve uma mistura extraordinária, que é a mistura do índio, do negro e do europeu, e deu essa gente bonita como eu, que se não tivesse outra razão para vocês irem ao Brasil, teria a beleza das mulheres e dos homens do meu país, na sua (incompreensível). E quando eu falar de beleza, vocês têm que compreender o seguinte, minha gente: para cada sapo tem uma sapa. Então, ninguém fica sem o seu par. Então, a beleza também é vista de várias formas e, no Brasil, você vê de muitas formas.
Eu, sinceramente, duvido que tenha um país com a megadiversidade da culinária que tem o Brasil. Tem país que a gente viaja, quando a gente quer pedir uma comida diferente, a gente pede à la carte ou um bife com batata frita. No Brasil, em cada estado que você chegar, você vai encontrar uma culinária diferente. Alguns estados, e aqui vou dizer, como a Bahia, que talvez seja a mais rica culinária do país, junto com Minas Gerais e junto com o estado do Pará... O cidadão que for à Copa do Mundo e for ao Pará, comer um pato no tucupi, nunca mais ele vai deixar o Pará, nunca mais, porque ele vai gostar. Bom, isso tudo são coisas que devem motivar as pessoas a visitarem o Brasil.
Agora, companheiro Ministro e companheira Jeanine, presidente da Embratur, eu, nessa semana... Eu preciso ser muito sincero, porque às vezes a sinceridade dói, mas ela é melhor do que uma mentira que não dói. Eu fui, nesses dias, lançar um Programa de cinema perto de Brasília. Lá em Luziânia. E foi uma coisa muito interessante, porque todo mundo culpa todo mundo pelo fracasso do cinema. Eu achei fantástico, todo mundo culpa todo mundo. A única coisa que a gente não pergunta é o seguinte: por que é que o cidadão não vai ao cinema? Ou, por que o cidadão não faz um cinema? E a gente não tem resposta.
Eu comecei a brincar com os nossos companheiros e dizer o seguinte: olha, primeiro, nenhum empresário comunista ou socialista vai fazer um cinema se ele não der lucro. A primeira razão para alguém fazer um cinema é para ele dar lucro, se não der lucro, ninguém vai fazer cinema. Se o Estado fizer cinema, vai ter prejuízo, além de ter uma quantidade de burocratas trabalhando no cinema, o que vai ficar muito caro. Então, nós temos que motivar as pessoas a fazerem o cinema ser lucrativo. E, aí, é saber como tirar um casal de casa, como tirar o marido e a mulher de casa para ir para o cinema, como tirar um casal de jovens de casa para ir para o cinema. Se você não oferecer para ele múltiplas oportunidades na hora que ele sai de casa... Porque, às vezes, ele tem que pegar um carro, tem que ir ao estacionamento, quando ele vai buscar o carro, roubaram. Tem que ter alguma coisa para ele comer perto do cinema, tem que ter alguma coisa para ele fazer, porque se for apenas para ir para o cinema, se ele tiver uma televisão dessas que eu vi agora, 3D, ele não sai por nada desse mundo, ele fica no sofá pedindo as coisas para a mulher: “Me dá, da geladeira: me dá água, me dá cerveja, me dá uísque, me dá um limão”. Ele fica em casa.
Eu estou contando esse caso do cinema, que é uma coisa que a gente precisa, Eduardo, se preocupar: como é que você vai levar o cinema à periferia do Rio de Janeiro? Como é que a gente vai fazer um cinema no Complexo do Alemão, no Pavão-Pavãozinho? Nós precisamos levar e garantir que ele só vai ver cena de violência lá dentro, no filme, que fora não vai ter cena de violência. Então, nós precisamos garantir, também, segurança para as pessoas. Hoje... E não é no Brasil, é no mundo inteiro, é no mundo inteiro.
Depois, que eu não sei quem foi o sábio... Antigamente, o cara, para ser sábio, estudava muito, mas agora teve um cara que inventou a pirataria, ou seja, o filme não é nem anunciado, já está pirateado. Às vezes, o cidadão assiste, não entende nada, mas como foi barato, valeu. Então, eu penso que o desafio que está colocado no cinema, está colocado para o turismo.
Nós estamos no continente africano. Nós vamos ter uma overdose de atividades esportivas entre 2013 e 2016. Primeiro, em 2011, nós vamos ter Olimpíadas Militares, certamente vocês não vão querer ir nessa. Mas vai ter 6 mil atletas, vai ter 6 mil atletas que têm família como nós temos e que, portanto, querem ir, e que, portanto, vai ter muita gente. Em 2013, nós vamos ter a Copa das Confederações, que é aquela que o Brasil ganha para enganar a gente, pensando que vai ganhar a outra. Luiz, me traz, me arruma minha água. Depois, a gente vai ter a Copa do Mundo em 2014. Aí, quando você pensa que terminou tudo, vai ter a Copa das Américas. Aí, quando você pensa que terminou tudo, vem 2016, as Olimpíadas. E antes vai ter... Mas vai ter junto, praticamente, as Paraolimpíadas. Ou seja, vocês percebem que são 2011, 2013, 2014, 2015 e 2016. Haja atleta para disputar tudo isso, meu filho. Por isso é que nós precisamos que um pouco de turista vá para lá. Nós naturalizamos vocês e já colocamos uma camisa da Seleção (incompreensível) para jogar, porque senão nós não vamos conseguir dar conta.
Bem, essa quantidade de atividade esportiva que nós temos vai atrair muita gente. E cada governador se comprometeu com um estádio novo, cada governador... Vocês sabem os projetos que os governadores me apresentaram, não é? O governador... Os projetos são maravilhosos. Agora, é o seguinte: agora nós temos três anos e... não, quatro anos para fazer, porque isso, quando chegar mais ou menos em dezembro de 2013 tem que estar pronto, porque tem que secar a grama, molhar a grama, secar. Não pode arrancar torrão de grama como eu vi em alguns estádios inaugurados.
Eu fui lá em um estádio da Inglaterra, na inauguração, você estava lá. Os brasileiros, não, porque sabem chutar a bola de leve, por cima, mas alguns jogadores ingleses, quando chutavam, saía um bloco de grama deste tamanho. Então, nós... É verdade. Então, nós precisamos deixar as coisas preparadas.
Além disso, companheiro Luiz Barreto, nós temos um problema: nós temos todo o continente latino-americano que pode vir a pé, que pode vir de carro, que pode vir de moto, que pode vir de qualquer coisa para assistir o jogo. Você veja uma coisa... parece pouco, gente, mas eu vou dizer para vocês: você sabe, Ricardo Teixeira, que a primeira ponte feita entre Bolívia e Brasil fui eu que fiz? Você sabe que a primeira ponte entre Brasil e Peru fui eu que fiz? Isso, depois de 500 anos. Significa que, se nós quisermos trazer gente, nós vamos ter que transformar a nossa Copa do Mundo não em uma Copa do Mundo só do Brasil, nós precisamos transformar a Copa do Mundo em uma Copa do Mundo latino-americana que a Fifa deu o direito do Brasil organizar, para que a gente possa trazer muita gente.
Eu fico imaginando, meu caro Ricardo: imagina se, em um sorteio qualquer, em um grupo qualquer, a Argentina for classificada e a Argentina ficar no Rio Grande do Sul. Vai ter mais argentino do que gaúcho. Se já vai, no final do ano, 1 milhão de argentinos para Santa Catarina, imagina com o Maradona do jeito que está. Vai muita gente.
O Uruguai ficou para a final. Imagina quantos uruguaios vão para o Brasil. O Paraguai, então, se colocar no Paraná a Seleção do Paraguai, acabou o estado do Paraná, Pessuti, só vai ter paraguaio lá. Ou seja, a possibilidade de a gente fazer a Copa do Mundo com a maior participação é total e absoluta.
Agora, nós, com os europeus, nossos irmãos americanos, nós não temos que nos preocupar muito, porque eles têm um pouco mais de poder aquisitivo, têm mais avião, eles vão para o Brasil. Já sabendo que tem campeão garantido, já sabendo que nós vamos ganhar, não é, Teixeira? Pelo menos esse nós temos que acreditar, senão a minha autoestima vai lá para baixo.
Bem, e nós estamos aqui, no continente africano, que é um continente que nós temos um tempo pela frente para garantir que os africanos tenham a mesma oportunidade de ir que os outros. Ou seja, nós não temos nenhum daqueles navios chiques – é chique por fora, por dentro são incômodas aquelas cabinezinhas. Mas nós não temos nenhum que vai da África para o Brasil. É só de Miami, é só, não sei, de Roma, é só de Milão, é só de não sei de onde, ou seja, nós precisamos começar a pensar nisso.
Avião, é uma vergonha. Hoje eu assumi um compromisso com o presidente Zuma, que eu vou transformar em questão de honra, fazer com que as empresas brasileiras parem de passar por cima do espaço aéreo da África e não parem em nenhum país. Não é possível! Como é que a gente quer fazer negócio com a África?
Imaginem o presidente da Zâmbia, ou da Tanzânia, ou do Quênia, que eu fui lá agora. E se eles quiserem ir ao Brasil, sabe o que eles fazem, ô Ricardo? Pegam um voo, vão até Paris. Ora, se ele vai até Paris, por que ele vai até o Brasil depois? Por que ele vai? Então, quem tem que ter a obrigação de colocar um transporte não é a Tanzânia ou a Zâmbia, é o Brasil. É o Brasil, que é a grande nação que os economistas do Banco Mundial dizem que nós seremos, em 2016, a quinta economia do mundo. Se continuar crescendo do jeito que está, nós poderemos ser a quarta. Temos vocação para isso. É só a Petrobras achar mais um “pocinho” de petróleo.
Então eu, Luiz, estou convencido de que nós temos uma oportunidade extraordinária de preparar o Brasil para receber um tanto de gente que possa... O Brasil tem só 8,5 milhões km². Vai ter Copa do Mundo, por exemplo, no estado do Amazonas. Então, quem quiser conhecer a Amazônia, vai poder desfrutar da floresta mais fantástica do mundo, dos rios mais extraordinários do mundo. Agora, precisa andar de forma ordeira, não sair fora da linha, porque, senão, uma sucuri destreinada pode pegar vocês. Pode ir devagar, mas... Quem for à Amazônia vai conhecer um lugar deslumbrante. Quem for ao Pantanal, então, vai voltar de lá achando que não tem nada igual no mundo. Quem for ao Nordeste brasileiro, vai ver que não existe povo mais alegre. É um povo que não entende inglês, mas fala por mímica. Todo mundo vai entender a gente, todo mundo vai entender. É fantástica a capacidade de mimicar do povo brasileiro. Tem o verbo mimicar, Marco Aurélio? Não tem o verbo mimicar. Mas é verdade. Então, vocês vão conhecer essa coisa extraordinária.
Na verdade, eu ia ler o meu discurso, eu não li, mas eu só queira ler a última frase do meu discurso aqui, pelo amor de Deus. Porque, se eu não ler a uma frase do meu discurso... A última frase do meu discurso é a seguinte: “O Brasil está te chamando. Celebre a vida aqui”.
Muito obrigado!
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Que vergonha para o Brasil, e que idéia equivocada possui do vravo e inteligente povo nordestino,.
Não precisa dizer mais nada!"
E não esqueçam:
O BRASIL PODE MAIS!
O NORDESTE PODE MAIS!
SERRA PARA PRESIDENTE.
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