sábado, 13 de março de 2010

Blogs pela democracia - "honestidade" à PT

A "ética especial" do candidato petista ao governo do DF é igual à "democracia especial" de Cuba.

Segue transcrição parcial de reportagem da "Época".

Na declaração de bens que apresentou à Justiça Eleitoral em 2006, Agnelo Queiroz informou que dispunha de R$ 45 mil em contas em quatro bancos e um apartamento no valor de R$ 78 mil. Todos os seus bens somavam R$ 224.300. Menos de quatro meses depois, ele deu uma entrada de R$ 150 mil para a compra de uma casa com mais de 500 metros quadrados de área construída numa das regiões mais valorizadas de Brasília – o Setor de Mansões Dom Bosco, vizinho ao Jardim Botânico. Ele diz que quitou o imóvel em cinco parcelas mensais. O valor registrado na escritura foi de R$ 400 mil. Agnelo afirma que não fez empréstimo nem se desfez de nenhuma propriedade para pagar o imóvel. “Usei o dinheiro de minhas economias e as de minha mulher”, disse. Agnelo apresentou as declarações de Imposto de Renda dele e da mulher referentes aos anos de 2006 e 2007 e extratos bancários. As informações mostram que o casal não tinha recursos para pagar nem a metade do valor declarado da casa. No mesmo período, Agnelo comprou mais dois apartamentos financiados e um carro.


Confira o artigo na íntegra clicando no endereço abaixo:
 
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EMI126808-15223,00.html

Partido dos Trabalhadores? Ou dos desonestos e malandros?

Das COOPERATIVAS e dos FUNDOS DE PENSÃO ESTATAIS sai o dinheiro para as campanhas do Lula, da Dilma-Estela e de todo o PT

Momentos de brasilidade - Batalha do Avaí

O Dezesseis fez alto numa eminência à margem direita do arroio e, pela primera vez, foi-me dado presenciar, como espectador, em toda a sua esplêndida grandeza, o espetáculo de uma batalha campal.
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Nada há de mais horrivelmente trágico. O soldado sente emoções indescritíveis. Despertam-se-lhes os instintos beduínos e aplaude arrebatado de entusiasmo os golpes e os feitos gloriosos, sem se lembrar das lágrimas e do luto. O brilho da glória esconde o crepe da desgraça.
A coxilha onde estávamos, tinha ao sopé o Avaí, correndo para a nossa direita com o caudal aumentado pela chuva que lhe dera os tons vermelhos da argila arrastada, que podiam ser também do sangue derramado.
Nas alturas fronteiras, as forças paraguaias batiam-se com tenacidade e firmeza.
O Marquês [Caxias] comandava em pessoa a bela batalha.
A nossa artilharia, troando nas alturas, abria avenidas nas colunas inimigas.
Dois batalhões nossos, o 9º do Lima e Silva, o Chicão, e o 15º do Méier, foram acutilados à nossa vista pela cavalaria do Ditador,
O Câmara vingou-os, varrendo-á do campo de batalha.
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O meu cavalo dava sinais de impaciência, parecia ter inveja dos seus camaradas da divisão Correa da Câmara.
Perto de nós, havia cadáveres brasileiros e paraguaios, e também feridos.
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As bandeiras tricolores flutuavam por aquelas colinas além, envolvidas em nuvens esbranquiçadas de fumaça. De repente, os batalhões inimigos manobraram rápidos e formaram quadrados. Por que essa manobra? Não víamos cavalaria perto. Só a artilharia jogava os seus 'schrapnels' certeiros e a infantaria tiroteava à distância. Surgiram em seguida, como por encanto, nas fraldas das colinas, pela direita e pela esquerda, além do arroio, onde pelejavam no alto os quadrados escalonados, os nossos belos regimentos rio-grandenses, de lanças perfiladas e as bandeirolas vermelhas e brancas tremulando, como que indicando o caminho da vitória. Ouvimos o som 'vermelho' dos claríns e todas aquelas lâminas rutilantes se abaixaram e as bandeirolas se sumiram. Era a carga. As imensas colunas aproximavam-se, cerradas e rápidas.
Dir-se-ia que uma carregava sobre a outra. Encontraram-se, enovelaram-se, confundiram-se e quando cessou a épica refrega e os esquadrões se reformaram, não havia um quadrado de pé. Todos tinham sido esmagados pela avalanche fatídica.
Câmara, Andrade Neves e Mena Barreto foram os comandantes das cargas memoráveis daquele dia.
Dos oito mil paraguaios que ali foram para nos deter a marcha, escaparam com o ilustre Caballero, duzentos homens. Outros afirmam que só quarenta. À tarde, entramos em Vileta. Ví oficiais brasileiros levando na garupa paraguaios feridos.

(Extraído de Reminiscências da Campanha do Paraguai, de Dionísio Cerqueira, um bahiano, estudante de Medicina que se apresentou como soldado voluntário no Exército e lutou do início ao fim desse conflito.)

Descendo de gente que esteve lá. Homens valentes, decentes, honestos e patriotas.

Blogs pela Democracia: a grana que elegeu lula

O pedágio do PT


Além de desviar dinheiro da Bancoop, o tesoureiro do partido

arrecadava dinheiro para o caixa do mensalão cobrando propina



Clique e leia em reportagem magistral da VEJA

http://veja.abril.com.br/170310/pedagio-pt-p-058.shtml

sexta-feira, 12 de março de 2010

"Cara e alma" de São Paulo?

Segundo o PT, esta é a cara e a alma de São Paulo:


O povo de São Paulo não merece este tipo de ofensa.

Vai mostrar para ela que "o olho da rua é serventia da casa!"

Histórias de brasilidade - Memórias de Guerra

Por esse tempo, recebeu o regimento um contingente de recrutas do Rio Grande. eram quase todos mestiços de índio e branco, bonitos, fortes e moços. Melhores cavaleiros, mais guapos e elegantes sobre os arreios não era possível encontrar. Entre eles, havia um Antônio Chirú, a quem coube um potro zaino, grande, delgado, crinito, de uma cavalhada nova. Parecia um animal feroz. Para selá-lo foi prexiso vendar-lhe os olhos com um ponche e sujeitá-lo à força, passando-lhe um pialo ou pé de amigo. Concluída a operação, o jovem soldado, em mangas de camisa e arremangado, descalço, as calças arregaçadas até os joelhos, um lenço vermelho atado à cabeça com as pontas caídas para trás, na mão direita um rebenque curto de açouteira larga, colheu com a esquerda em voltas o maneador e, empunhando as fortes rédeas, saltou sobre o lombilho. Uns quatro gaúchos sujeitava o cavalo. Tiraram-lhe a venda e o rapaz gritou:
- Largue, deixe que vá!
Ouvimos um berro e a cabeça daquele animal furioso sumiu-se entre as pernas dianteiras. Lançou-se para a frente dando saltos medonhos.  Agachava-se rápido, como se fosse pranchear-se e dava priscos formidáveis para a direita e para a esquerda. Nunca vi velhaquear como aquele zaino. O gauchito brincava sobre ele, levantando as pernas e virando-se para a garupa sem dar importância àqueles corcovos desencontrados. Parecia estar pregado no lombilho. De vez em quando, dava um rebencaço ou, inclinando-se sobre o pescoço, tapeava o potro nos canilhos. De repente, partiu como uma flecha campo afora e em pouco tempo voltava ao trote, batendo o isqueiro para acender um cigarro, que tinha preparado na galopada.
Passados alguns dias, fui acompanhar ao hospital alguns doentes do regimento e vi o AnTônio Chiru dentro de uma carreta coberta de couro, deitado sobre pelegos de carneiro, manchados de pus varioloso. Estava disforme; desfigurado, o rosto enormemente inchado e cheio de pústulas denegridas, que exalavam cheiro nauseabundo. Perguntei-lhe como estava; respondeu em voz muito rouca: melhor. Com ele estavam outros bexiguentos. Mais de um delirava. Dois dias depois, enterraram-no naquele deserto, e todos os companheiros da carreta seguiram-no na viagem derradeira.
Era triste a sorte do soldado, naquela travessia, quando baixava doente ao hospital. Nas marchas seguidas que fazíamos, batidos sem cessar por chuvas copiosas através de campos alagados, passando banhados imensos e vadeando arroios cheios; que comodidades podiam ter os pobres enfermos? Mil vezes as violentas refregas dos dias de batalha do que as agonias das enfermarias em marcha.

(Extraído de Reminiscências da Campanha do Paraguai, de Dionísio Cerqueira, um bahiano, estudante de Medicina que se apresentou como soldado voluntário no Exército  e lutou do início ao fim desse conflito.)

Blogs pela Democracia - Cotas universitárias

Escolha de Sofia

Durante a audiência pública realizada no STF para discutir as cotas raciais tive a oportunidade de expor durante 40 minutos o meu entendimento sobre um assunto ao qual me dedico a estudar mais profundamente há três anos. Quem assistiu viu que defendi especialmente a adoção do tempo integral em todas as escolas públicas que ministrem ensino fundamental, para mim verdadeiro marco da transformação social no país. Mostrei que se tratava de uma escolha difícil entre propor uma ação afirmativa que socorreria todos os brasileiros em posição de inferioridade, independentemente da cor da pele, ou atender parcela minoritária, igualmente sofrida, classificada como afrodescendente. Verdadeira escolha de Sofia.

Muitos dos debatedores, inclusive do Movimento Negro, entenderam minhas ponderações sobre as cotas sociais como lógicas e acertadas. Logo depois se valeram da maledicência preparada para desfazer reputações, promover a fraude estatística, deturpar números e principalmente se utilizar de espertalhões, que recheiam os bolsos a serviço de ONGs ambientalistas e racialistas, para caluniar em nome de duvidosa historiografia.

Os jornalistas Elio Gaspari e Miriam Leitão, contaminados pelo narcótico da ira, decidiram por pincelar trechos do meu depoimento para me classificar de forma leviana como negacionista da escravidão. Não sou eu quem está na posição de julgar a história como se ela fosse objeto de especulação ideológica em favor das cotas raciais. Apenas utilizei argumentos de um dos maiores pesquisadores da escravidão africana, Paul. E. Lovejoy, para rebater o comentário de um estudante secundarista, numa audiência no Senado, para quem os brasileiros haviam praticamente sequestrado os negros na África. Afirmação que mereceu repulsa do historiador José Roberto Pinto de Góes, que entendeu o dito como retrato profundamente desregrado da qualidade educacional brasileira, o que estamparia o nível da história que se ensina nas nossas escolas públicas. Lovejoy mostra em números detalhados que a ignominiosa prática estava institucionalizada naquele continente pelo menos 850 anos antes de Vasco da Gama atravessar o Cabo da Boa Esperança.

Demonstra, ainda, que a escravidão ocorreu na região Transaariana entre os anos 650 e 1600, prosperou, paralelamente, em direção do Mar Vermelho por outros 800 anos, ganhou vigor a partir de meados de 1400 com o tráfico pelo Atlântico e se manteve fundamental para a economia do continente até o século passado. Seria consolo moral aceitar a tese de que foram africanos os escravizados, quando na verdade os africanos escravizavam os seus iguais por razões econômicas, de beligerância e de manipulação religiosa. Devemos condenar o Brasil escravagista, mas não temos direito de culpar as atuais gerações.

O propósito foi de retrucar a falácia do sequestro e de sustentar que a escravidão não foi inventada no Brasil, e que as cotas raciais, além de não resolverem ou minimizarem o problema, não podem ser consideradas uma ordem de pagamento para quitação de uma suposta dívida que os brasileiros de hoje teriam de honrar com 87% de descendentes que têm acima de 10% da ancestralidade africana no seu DNA. O grande problema dos racialistas é o de abastardar a miscigenação, pois temos também mais de 90% de brasileiros com ancestralidade europeia e mais de 60% com ancestralidade indígena. Ao negar a mistura de raças e manter a ideia do estupro ancestral, criam a figura de um africano puro, sem o qual não podem sustentar o libelo dantesco. Como é que uma ancestralidade tão misturada pode ter se originado unicamente ou majoritariamente a partir da violência sexual? Por que não contestaram Ali Kamel, quando ele aqui (19/9/ 2006) fez a mesma afirmação?

Neste ponto vale o entendimento de Gilberto Freyre, para quem somos uma "sociedade que se desenvolveria menos pela consciência de raça, quase nenhuma no português cosmopolita e plástico, do que pelo exclusivismo religioso desdobrado em sistema de profilaxia social e política". Ou a opinião de Sérgio Buarque de Holanda, que ao tratar do negro na sociedade colonial escreveu que "sua influência penetrava sinuosamente o recesso doméstico, agindo como dissolvente de qualquer ideia de separação de castas ou raças, de qualquer disciplina fundada em tal separação". Feliz do Brasil que tem um Joaquim Nabuco. Ele fez da sua vida e obra meios para desmontar a escravidão justamente por entender que a prática estava aberta a todos. E é isso o que defendo: cota temporária nas universidades públicas para negros, brancos, índios, pardos, cafuzos, caboclos ou quaisquer outras denominações que venham a ter os descendentes do que Kamel chama de beleza da miscigenação brasileira, desde que sejam pobres, estes sim os verdadeiros espoliados do Brasil.



DEMÓSTENES TORRES é senador (DEM-GO).

quinta-feira, 11 de março de 2010

Não é uma graça de presidente?

Blogs pela Democracia - Editorial da Fôlha de São Paulo

Outro editorial da Folha critica duramente posição de Lula frente à Cuba.


Ao defender mais uma vez a ditadura cubana, e equiparar presos políticos a comuns, Lula escarnece dos valores democráticos



Passou do limite

NÃO PARECE demais, em nome do registro histórico, reproduzir mais uma vez as palavras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista à Associated Press: "Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubanos de deter as pessoas em função da legislação de Cuba. A greve de fome não pode ser utilizada como pretexto de direitos humanos para liberar as pessoas. Imagine se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade".

A declaração é escandalosa -mesmo para os padrões de Lula, que habituou os brasileiros a seus disparates. Lembre-se, por exemplo, quando disse, ainda em 2003: "Quem chega a Windhoek [capital da Namíbia], não parece que está num país africano. Poucas cidades do mundo são tão limpas e bonitas arquitetonicamente quanto esta".

Desta vez, porém, a manifestação não se reveste de nenhuma graça, tosca que seja. E não pode ser atribuída a mais um entre tantos deslizes de quem abusa dos improvisos, não esconde o orgulho por falar errado e se diverte com as gafes que comete. Não. Lula, este personagem satisfeito com as suas próprias precariedades, desta vez passou dos limites na agressão aos valores democráticos.

Vejamos mais de perto a escalada de impropriedades: Lula endossa uma ditadura que reprime a divergência de opinião. Prega "respeito" pela legislação cubana, que autoriza a prisão de pessoas cujo crime é dar sinais de "conduta manifestamente em contradição com as normas da moralidade socialista".

A seguir, avança outra casa ao qualificar os direitos humanos de "pretexto" dos presos políticos que fazem greve de fome. Pretexto? Em 2003, o governo cubano fuzilou três dissidentes que tentaram fugir do país. Outros 75 opositores foram presos, entre os quais Orlando Zapata. Condenado inicialmente a três, ele teve sua pena ampliada para mais de 25 anos de prisão. Morreu após uma greve de fome, no dia em que Lula chegou à ilha, semanas atrás, para visitar Fidel Castro pela quarta vez.

Surpreendido por jornalistas, primeiro alegou desconhecer o apelo que entidades defensoras dos direitos humanos haviam feito para que intercedesse por Zapata. Limitou-se, a seguir, a lamentar que "um preso se deixe morrer por greve de fome".

Como disse ontem à Folha o jornalista e dissidente cubano Guillermo Fariñas, também em greve de fome: "Lula demonstra seu comprometimento com a ditadura dos Castro e seu desprezo com os presos políticos".

Nada supera, porém, o escárnio da conclusão presidencial: os presos políticos da ditadura cubana são equiparáveis aos presos comuns de um país democrático, no caso o Brasil. "Imagine se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade."

Imaginemos, nós, com mais razão, que tal aberração a serviço da defesa de um regime homicida não seja apenas um tropeço, mas, antes, a revelação do real apreço de Lula pela democracia.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Profissão de fé

     Como antropólogo, historiador e arqueólogo, estou e continuo preocupado com o patrimônio histórico e cultural de nosso País. Na realidade, falando com franqueza, nunca estive tanto, nem jamais o senti tão ameaçado como nesses tempos presentes. E explico.
     O maior patrimônio de nossa Nação é ela própria, seu território, seu povo, sua história. No meu entender, tudo isto está em grande perigo. A Nação, de desaparecer; o território, de se desmantelar como União; o povo de se perder na desesperança; a história, de ser enxovalhada.
     Alguns, os mesmos, irão chamar-me de radical, pessimista, derrotista e outros ‘istas’. Talvez o seja, nem sei. Mas uma coisa eu sei! Não será a primeira vez que serei assim rotulado. Ultimamente, no entanto, tenho saído relativamente ileso desses desafios, ao menos no longo e médio prazo. Relativamente, é claro, no que se refere à capacidade de inferência sobre fatos, ao entendimento das relações de dados disponíveis, à análise dos mesmos, à apreciação das conjunturas existentes, assim como em relação á compreensão da psicologia das massas e no julgamento das características insuspeitadas e ocultas de indivíduos públicos. No mais, no entanto, isso não me garantiu nenhuma medalha, glória, recompensa ou melhoria. Nem mesmo gáudio. Nada. Talvez tenha sido mesmo pior para mim, pois, não obstante ter escapado ileso intelectualmente, assim mesmo perdi, por ter sido prejudicado por patrulhamento ideológico capcioso. Politicamente, também perdi, por três vezes. E perdi porque fiz o que considerava o melhor para o País.
     Na primeira vez, naquele quase esquecido plebiscito para escolher a forma de governo, escolhi a monarquia constitucional, que considero não a panacéia universal, mas a que mais dificulta a corrupção fácil, aberta e transparente, como em nosso atual sistema político. Bummm! Perdi!
Na segunda, porque votei contra Lula, por minhas convicções e conhecimento histórico. Bummm! Novamente perdi.
     Na terceira, votei CONTRA Lula e até alimentei esperanças, pois o segundo turno prometia uma luta ferrenha. Quem ganhasse o faria por muito pouco, e o saudável contraponto democrático estaria instalado. Mas, para minha surpresa: Bummmm! Perdi, e pasmem, por uma diferença de votos pale qual jamais consegui explicação.
     No pebiscito da froam de governo, esperava que houvesse uma votação mais expressiva querendo o retorno da Monarquia, a demonstrar um amadurecimento político do eleitor. Ledo engano.
     Mas nas eleiçoes presidenciais, foi pior. na primeira, olhei atônito para as pessoas e nunca as vi tão imaturas. Não entendi a origem daquela alegria algo inconseqüente, pois estavam a entregar uma enorme e complexa nação a um bando de inexperientes, ávidos de poder, sedentos de cargos, ansiosos pelo turno que lhes caberia. Só esperavam que os incautos lhes entregassem o pote cheio para que pudessem se lambuzar de mel. Esses eleitores, e conhecia a muitos deles, que me pareciam experientes e estavam no auge produtivo da idade, no cimo da percepção das coisas da vida, mais se portavam como torcedores de futebol, felizes com alguma vitória de seu time, do que com pessoas que estavam delegando poderes que afetaria a vida de mais de cem milhões de outras pessoas. Pareciam estar vingando-se de alguém, ou de algo. Estavam cheios de esperança de que alguém que jamais fizera nada produtivo produzisse. De alguém que era comandado (por um grupo internacional de esquerda) liderasse.
     Fiquei pasmo e sentindo-me inconfortável. Estaria eu errado? Falhara-me o julgamento? Estaria enganada aquela multidão prenhe de certezas, radiante de felicidade, de dentro da qual alguns me olhavam de soslaio, fazendo-me mofa? Marchariam todos eles com o passo errado, e somente gente como eu, com o certo? Restava esperar. Para infelicidade dessa Nação (azarado país, como disse um dia meu finado Pai quando um tal Jânio foi eleito) eles tinham brincado com algo muito sério, e logo tudo começou a demonstrar que a eleição fora um engodo.
     Na terceira, após alguns anos assistindo ao enorme amontoado de escândalos de malversações de dinheiro público, e, pior, com a banalização dos atos desonestos, pareceu que o povo acordara da letargia 'democrática' com que tanto sonhara. O sonho virava mal dormir. E o Lula balançou. Sentiu-se perdido. E estava, como demonstrou a votação no primeiro turno. Mas não sei o que houve e, subitamente, ele tornou-se um inimaginado campeão de votos. Talvez um dia a História descubra se houve algo além das urnas eletrônicas.
     E aí começou a verdadeira debâcle, a suprema desmoralização das tradições do Brasil. resolveram comprar tudo: consciências, pessoas, deputados, seadores, jornalistas, juízes, desembargadores. E encontraram um mercado com uma enorme oferta, desejosos quase todos de se locupletarem. Para tanto somente era necessário iludir aos brasileiros sem honestidade e brio pessoal, comprando-lhes as vontades pela barriga. Alimentaram a alguns, é claro, como se engorda porcos para o abate. No entanto, tiram-lhes a dignidade e o orgulho de ser um homem, uma mulher, um pai, uma mãe.
     Foi um logro na boa fé das pessoas? Houve uma total desatenção à gravidade do assunto? Uma ingenuidade de cordeiros perante a sagacidade de lobos? Se foi assim escuto-os, aos que receberam o mandato, novamente, rindo às bandeiras despregadas.
     Que ingenuidade! Como esperar que ex-guerrilheiros sejam bons administradores? Como esperar que sejam liberais? Como esperar que não se protejam uns aos outros independentemente da situação?
     Mas eles disseram-se democratas. Disseram que haviam lutado pela democracia. Quando? Onde? Eu já era um jovem naquela época e não vi nada disso. Só escuto isso hoje. Não me lembro de que algumas daquelas organizações terroristas - que assaltavam bancos e matavam pessoas - tenham pedido a reposição de Jango ao poder. Afinal, ele era o presidente deposto. Isto teria sido democrático. Mas não houve. Assaltavam bancos – e matavam pessoas inocentes -, não para roubar, mas para, eufemisticamente, apropriarem-se de fundos em nome do povo. É um ato democrático? Hoje, os organizadores daqueles assaltos, comandam estruturas governamentais de importância. Ninguém lembra disso. E mais: recebem salários de compensação, indenizatórios, porque fizeram tais coisas, ou em decorrência de fatos ligados a elas. E eu, honesto, não recebo. Não é à toa que eles estão sempre sorrindo, felizes.
     Nada disso, entretanto, aconteceu por acaso. Nada foi um golpe de sorte ou a roda da fortuna. Não! A inversão de valores que existiu foi apregoada pelo italiano Antônio Gramsci, o complemento de outro italiano, Nicólo Maquiavel. Este, ensinava como manter o poder, aquele, como tomá-lo. Gramsci foi brilhante em seus ensinamentos. Na realidade, criou um tipo de manual de tomada do poder, aplicável a qualquer ideologia, a qualquer partido, em qualquer tempo. De maneira simplificada, resumia-se na tomada silenciosa das estruturas coletivas da sociedade civil. E isto é fácil quando se é dissimulado. Traduzindo, para os dias de hoje, apregoava que se apoiassem as causas de simpatia geral, aquelas que emocionam o coração de todos; daquelas que não trazem transtornos, nem ansiedades, nem remorsos e, é claro, que não solicitem maiores responsabilidades.
     Que se dominasse a igreja, as escolas, as universidades, os sindicatos, os clubes, as associações de classes, os diretórios estudantis, e quaisquer grupos, mesmo os de escoteiros. Que se dominassem todas as agremiações independentemente de sua importância. As editoras, a imprensa, as Comissões Editoriais, os Museus, até mesmo os grupos de dança e de folclore. Qualquer coisa desse tipo. Muitas delas não apresentam o menor apelo. São fáceis de serem conquistadas. Ninguém as quer. Que sejam dominadas. Que sejam desejadas. Que sejam dadas declarações de apoio a causas e questões humanitárias, tornando-se campeões dos Direitos Humanos, da Ecologia, mesmo que de maneira inconseqüente, sem nenhuma racionalidade. Que solicitem, de quem governa, respostas comprometedoras, e atitudes tresloucadas. Que sejam feitas propostas enganosas. Que se criem situações inescapáveis, do tipo: se não fizer, é perverso, se fizer, é suicida.
     Enquanto tudo isso acontece, que se deixe os outros governarem. Mas que haja implacabilidade na oposição. Que haja rudeza, grosseria, dureza, impavidez. Que sejam inamovíveis em suas posições, peremptórios e inamistosos. Que seja criada, finalmente, uma personalidade grupal, uma identidade coletiva, forte e irascível, que acene com a segurança para quem dela se aproxime. Que a organização tenha grandes asas para abrigar os ativistas fanatizados e irracionais. Então, estar-se-á no ponto de impingir à população o desejo de beber do ‘elixir’ da Nova Ordem.
     Esta é a chave da proposta gramsciana: que o povo deseje ardentemente, com uma pulsão quase que sexual que um grupo político seja guindado ao poder, que uma ideologia mágica os comande. Assim o poder cairia no colo desse grupo como uma fruta amadurecida cai da árvore.
E não foi o que aconteceu?

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Vamos realizar a verdadeira democracia: a que liberta, não a falsa, que aprisiona!



Seja humano, Lula! Petition

terça-feira, 9 de março de 2010

Blogs pela Democracia - Editorial do Estadão

(Pelo segundo dia consecutivo, o Estadão mostra a podridão petista.)

"Partido da bandidagem": um editorial irretocável do Estadão.


O recém-escolhido tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, está tecnicamente certo quando diz que nunca tinha sido acusado de nada nem responde a processo algum, civil ou criminal, por sua atuação na Cooperativa Habitacional do Sindicato dos Bancários de São Paulo (Bancoop), de que foi diretor financeiro (entre 2003 e 2004) e presidente (de 2005 até fevereiro passado). Mas os seus protestos de inocência só se sustêm graças à letárgica andadura da Justiça brasileira. Datam de setembro de 2006, há 3 anos e meio portanto, as primeiras denúncias de irregularidades na cooperativa, levantadas pelo Ministério Público (MP) do Estado. Em 2007, foi aberto inquérito criminal para apurar delitos da entidade, como superfaturamento de obras, apropriação indébita, desvio de verba e formação de quadrilha. No ano seguinte, uma testemunha disse ao MP que recursos desviados da Bancoop ajudaram a financiar clandestinamente a vitoriosa campanha presidencial de Lula em 2002.

A testemunha, Hélio Malheiro, era irmão de um ex-presidente da cooperativa, Luiz Eduardo, falecido em um acidente de carro em 2004, juntamente com dois outros dirigentes da instituição. Dizendo-se ameaçado de morte, Hélio foi acolhido no Programa de Proteção a Testemunhas do governo paulista. O seu depoimento foi crucial para o MP caracterizar a Bancoop como uma "organização criminosa" e solicitar a quebra do seu sigilo bancário, como foi noticiado em junho de 2008. Só na semana passada, porém, o promotor responsável pelas investigações, José Carlos Blat, recebeu o papelório ? mais de 8 mil páginas de registros de transações entre 2001 e 2008. E foi com base nessa documentação que ele pediu, na última sexta-feira, o bloqueio das contas da Bancoop e a abertura dos dados bancários e fiscais de João Vaccari Neto, acusando-o de "gestão fraudulenta".

A apropriação para fins pessoais e políticos dos recursos dos cooperados, fundos de pensão e empréstimos captados pelo sindicato dos bancários transformou 400 famílias em vítimas do conto da casa própria: os imóveis que compraram na planta não foram construídos, mas os lesados continuaram a pagar as respectivas prestações. Segundo a revista Veja, que teve acesso aos autos do inquérito, a Bancoop sacou em dinheiro vivo de suas contas pelo menos R$ 31 milhões. Outros cheques, somando R$ 10 milhões, favoreceram uma empreiteira formada por diretores da entidade, que, por sinal, era sua única cliente conhecida. O responsável pelas obras da cooperativa disse que os pagamentos eram superfaturados em 20%. "Os dirigentes da Bancoop", apurou Blat, "sangraram os cofres da cooperativa em benefício próprio e também para fomentar campanhas políticas do PT."

A prova mais gritante foi o R$ 1,5 milhão pago entre 2005 e 2006 ? quando a instituição estava praticamente quebrada ? a uma firma espectral de serviços de segurança, então de propriedade de Freud Godoy, na época segurança de Lula. Cada qual a seu modo, Godoy e Vaccari se envolveram no escândalo do dossiê, a compra abortada pela Polícia Federal de material supostamente incriminador para candidatos tucanos na campanha de 2006. Quando a operação fez água, Lula chamou os seus autores de "aloprados". Pelo dossiê, os petistas pagariam R$ 1,7 milhão. Nunca se descobriu de onde veio a dinheirama. À luz do que já se sabe das falcatruas da Bancoop, ela pode ter sido a fonte pagadora da baixaria. Tão logo entregou parte da bolada aos encarregados de comprar o dossiê, foi para Vaccari que ligou um dos cabeças da operação, Hamilton Lacerda, então assessor do senador Aloizio Mercadante.

Mas Vaccari não é o primeiro elo da cadeia. Ele deve a sua carreira ao companheiraço Ricardo Berzoini, que presidia o PT até poucas semanas e, como tal, foi acusado de autorizar a compra do dossiê. Berzoini alçou o bancário Vaccari à presidência do sindicato da categoria, em 1998. Em 2004, Berzoini salvou a Bancoop da falência, ajudando-a a levantar no mercado R$ 43 milhões via fundos de pensão de estatais comandados por petistas do grupo dele e de Vaccari. A Polícia Federal chegou a abrir inquérito sobre o prejuízo imposto aos fundos para favorecer a Bancoop. A rigor, nenhuma surpresa, considerando a folha corrida do PT. Mas, a cada escândalo, mais se aprende sobre a destreza com que a bandidagem petista se apossa do dinheiro alheio para chegar lá e ali se manter.O recém-escolhido tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, está tecnicamente certo quando diz que nunca tinha sido acusado de nada nem responde a processo algum, civil ou criminal, por sua atuação na Cooperativa Habitacional do Sindicato dos Bancários de São Paulo (Bancoop), de que foi diretor financeiro (entre 2003 e 2004) e presidente (de 2005 até fevereiro passado). Mas os seus protestos de inocência só se sustêm graças à letárgica andadura da Justiça brasileira. Datam de setembro de 2006, há 3 anos e meio portanto, as primeiras denúncias de irregularidades na cooperativa, levantadas pelo Ministério Público (MP) do Estado. Em 2007, foi aberto inquérito criminal para apurar delitos da entidade, como superfaturamento de obras, apropriação indébita, desvio de verba e formação de quadrilha. No ano seguinte, uma testemunha disse ao MP que recursos desviados da Bancoop ajudaram a financiar clandestinamente a vitoriosa campanha presidencial de Lula em 2002.

A testemunha, Hélio Malheiro, era irmão de um ex-presidente da cooperativa, Luiz Eduardo, falecido em um acidente de carro em 2004, juntamente com dois outros dirigentes da instituição. Dizendo-se ameaçado de morte, Hélio foi acolhido no Programa de Proteção a Testemunhas do governo paulista. O seu depoimento foi crucial para o MP caracterizar a Bancoop como uma "organização criminosa" e solicitar a quebra do seu sigilo bancário, como foi noticiado em junho de 2008. Só na semana passada, porém, o promotor responsável pelas investigações, José Carlos Blat, recebeu o papelório ? mais de 8 mil páginas de registros de transações entre 2001 e 2008. E foi com base nessa documentação que ele pediu, na última sexta-feira, o bloqueio das contas da Bancoop e a abertura dos dados bancários e fiscais de João Vaccari Neto, acusando-o de "gestão fraudulenta".

A apropriação para fins pessoais e políticos dos recursos dos cooperados, fundos de pensão e empréstimos captados pelo sindicato dos bancários transformou 400 famílias em vítimas do conto da casa própria: os imóveis que compraram na planta não foram construídos, mas os lesados continuaram a pagar as respectivas prestações. Segundo a revista Veja, que teve acesso aos autos do inquérito, a Bancoop sacou em dinheiro vivo de suas contas pelo menos R$ 31 milhões. Outros cheques, somando R$ 10 milhões, favoreceram uma empreiteira formada por diretores da entidade, que, por sinal, era sua única cliente conhecida. O responsável pelas obras da cooperativa disse que os pagamentos eram superfaturados em 20%. "Os dirigentes da Bancoop", apurou Blat, "sangraram os cofres da cooperativa em benefício próprio e também para fomentar campanhas políticas do PT."

A prova mais gritante foi o R$ 1,5 milhão pago entre 2005 e 2006 ? quando a instituição estava praticamente quebrada ? a uma firma espectral de serviços de segurança, então de propriedade de Freud Godoy, na época segurança de Lula. Cada qual a seu modo, Godoy e Vaccari se envolveram no escândalo do dossiê, a compra abortada pela Polícia Federal de material supostamente incriminador para candidatos tucanos na campanha de 2006. Quando a operação fez água, Lula chamou os seus autores de "aloprados". Pelo dossiê, os petistas pagariam R$ 1,7 milhão. Nunca se descobriu de onde veio a dinheirama. À luz do que já se sabe das falcatruas da Bancoop, ela pode ter sido a fonte pagadora da baixaria. Tão logo entregou parte da bolada aos encarregados de comprar o dossiê, foi para Vaccari que ligou um dos cabeças da operação, Hamilton Lacerda, então assessor do senador Aloizio Mercadante.

Mas Vaccari não é o primeiro elo da cadeia. Ele deve a sua carreira ao companheiraço Ricardo Berzoini, que presidia o PT até poucas semanas e, como tal, foi acusado de autorizar a compra do dossiê. Berzoini alçou o bancário Vaccari à presidência do sindicato da categoria, em 1998. Em 2004, Berzoini salvou a Bancoop da falência, ajudando-a a levantar no mercado R$ 43 milhões via fundos de pensão de estatais comandados por petistas do grupo dele e de Vaccari. A Polícia Federal chegou a abrir inquérito sobre o prejuízo imposto aos fundos para favorecer a Bancoop. A rigor, nenhuma surpresa, considerando a folha corrida do PT. Mas, a cada escândalo, mais se aprende sobre a destreza com que a bandidagem petista se apossa do dinheiro alheio para chegar lá e ali se manter.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Blogs pela Democracia

APRESENTAR ARMAS!

Querem devolver o canhão Cristiano que pertenceu ao exército de Solano Lopez quando de sua guerra de conquista contra o Império do Brasil.
Dizem que ele foi levado à fortaleza de Humaitá, onde pouco teria sido usado. Sim, ele foi levado para a fortaleza fluvial dita inexpugnável, e que acabou sendo desbordada e cercada, perdendo de tal maneira sua função estratégica que foi abandonada à noite através do rio Paraguai.
Antes, porém, o enorme canhão denominado Cristiano, por ter sido feito de sinos das igrejas paraguaias, num acinte à religião, estava guarnecendo as trincheiras de Curupaity, onde os brasileiros sofreram milhares de baixas para lavar a honra conspurcada pelos atos de um ditador cruel e sanguinário, como a própria historiografia paraguaia do século passado sabia.
A fama heróica de Lopez é recente, de meados do século XX, com a ascendência dos regimes militares.
Eu respeito e prezo o povo paraguaio, mas não respeito a memória de Solano Lopez, que mandou torturar e matar centenas de pessoas que levava como prisioneiras, e que engendrou uma guerra onde centenas de milhares de joven morreram.
A Guerra de 1865-1870, em que dezenas de milhares de brasileiros de todas as Províncias sucumbiram ensanguentados nos banhadais em que lutavam, foi contra o Ditador megalomaníaco chamado Solano Lopez, o qual, desesperado, armava crianças fanatizadas para lutarem contra soldados experientes. Não foi, portanto, uma guerra contra o povo paraguaio, o qual, ao contrário, foi protegido depois pelo Brasil para evitar que a Argentina se apropriasse de substancial parcela do território guarani.
Eu sou contra a devolução deste troféu, porque gente de minha família morreu naqueles lugares que a História consagrou. Tios-tataravós meus e outros parentes estiveram lá, defendendo o Brasil, como integrantes da cavalaria da Guarda Nacional. Alguns ficaram enterrados naqueles campos ou afundados em suas lagoas.
Aqueles que nada sabem da história de suas famílias, e muito menos da História-pátria, não dão nenhum valor às vidas que se perderam, e as famílias de brasileiros que foram destruídas.
Mas eu dou este valor, pois sei que a gloriosa morte deles não foi em vão. Morriam, como mostram as diversas memórias de guerra, crentes de que a Nação Brasileira não os esqueceria.
Se a maior parte os esqueceu, eu não! Logo, sou a Pátria que eles amaram, e isto muito me honra.
O canhão Cristiano matou, dilacerou, estraçalhou corpos de pais, filhos e maridos brasileiros. E agora, alguém que não tem nenhuma tradição e não faz parte da Egrégora dessa Nação, pretende se locupletar na vaidade de ser magnânimo. Entregar um canhão que vai ser exposto como uma p´rova de ter matado "macaquitos", comoi chamavam aos soldados brasileiros.
Na realidade, quem faz isso é um coitado sem historicidade. Seu final será o escárnio da História.
Quando que aqueles jovens valentes, morrendo baleados, ou de peste, encharcados no corpo, mas aquecidos em seus corações patrióticos, pensariam que lhes fariam tal desonra, esquecidos até pelos próprios militares.
Se, como dizem, o Exército Brasileiro nasceu em Guararapes, o Brasil, como Nação una nasceu nos chacos paraguaios.
Não posso impedir que façam tal desatino, mas, perfilado e em continência, comando:
SENTIDO!
APRESENTAR ARMAS!
HONRA AOS VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA BRASILEIRA!

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Nas "Memorias Del Coronel Juan Crisostomo Centurion", comandante da cavalaria paraguaia durante o conflito, consta, na página 80:



"El cañón Cristiano fué trasladado de Curupayty y colocado em en las baterias de Humaitá y el Acaberá; tan logo como estuvo concluído, fué traído de La Assunción y colocado también em Humaitá."

domingo, 7 de março de 2010

Blogs pela Democracia - Editorial da Folha de São Paulo

Vítima farsesca


Com tese de que a "mídia" o persegue, PT mantém figurino autoritário e se faz de injustiçado para encobrir falência moral


O TRUQUE é velho, e sua repetição só indica o hábito petista de afetar ares de pureza em meio ao pragmatismo mais inescrupuloso. Em documento oficial, a Executiva Nacional do PT reeditou, quinta-feira, a tese de que há uma "guerra de extermínio" contra o partido. Posteriormente, amenizou os termos. A promover tal "guerra" estariam "amplos setores do empresariado, particularmente a mídia". Mídia, no jargão corrente, significa todo jornal ou empresa de comunicação que não defenda figuras notórias do partido. Como, por exemplo, o ex-ministro José Dirceu, beneficiário de uma contribuição de R$ 620 mil pela assessoria prestada a um grupo com interesse na reativação da Telebrás. Ou como os mensaleiros denunciados por quem era então aliado do governo, o deputado Roberto Jefferson; ou ainda os "aloprados" -termo que o presidente Lula foi o primeiro, aliás, a empregar- da campanha eleitoral de 2006. Como, também, aquele assessor de um deputado petista, que foi preso ao tentar embarcar num avião com cerca de U$ 100 mil dólares na cueca. Aliás, se noticiar esse sistema de transportar dinheiro sonante fosse sinal de "guerra de extermínio", seria agora o DEM, e não o PT, a principal vítima de uma suposta conspiração. Mas nem mesmo os sequazes do governador Arruda arriscaram-se a ir tão longe no cinismo. É que a capacidade petista para a mentira tem origens diferentes, e mais antigas, do que a simples charamela lacrimosa dos espertalhões de voo curto. Pois o PT, no clássico figurino stalinista, sempre pode dar uma interpretação "de classe" às críticas que venha a merecer. Como o partido se julga o representante místico dos "trabalhadores", o financiamento escuso que receba de empreiteiras, as alterações legais casuísticas que promova em favor de uma empresa de telecomunicação, não representarão escândalo jamais. Ao contrário: aliar-se financeiramente a "setores do empresariado" que vivem à sombra das benesses do governo, e aliar-se politicamente à escória do Legislativo brasileiro, torna-se um sinal de esperteza política na linha dos fins justificam os meios. Autoabsolvido pelo venerável espírito hegeliano-marxista da História, o petismo pode fazer tudo o que condenava em seus adversários, e apresentar-se ainda assim como detentor das virtudes mais cristalinas. Quem apontar a farsa será tachado de inimigo dos trabalhadores -e, na tese de uma imaginária "guerra de extermínio", o PT mostra apenas a sua própria tentação totalitária. Nessa lógica, que não admite críticas, faz-se de perseguido aquele que se apronta para perseguir; faz-se de vítima quem pretende ser algoz; faz-se de democrata o censor, de honesto o corrupto, de inocente o bandido. O PT perdeu a moral que tantas vezes ostentava quando na oposição. Perdeu a moral, mas não perde o autoritarismo, a mendacidade e a arrogância.

Sabem o que que me surpreende: como é que jornalistas tão experientes foram enmganados por tão medíocres figuras do PT? Só tem uma explicação: tinham entregue o seu senso crítico no afã de 'parecer' democráticos. Eu, que não sou deste segmento profissional entendi muito cedo a tática perversa dela, da esquerda brasileira: para os intelectuais, faça-os pensar que salvaram a Pátria, que condenem totalmente o passado ou jamais haverá futuro para os desonestos de propósito e faltos de valores. E conseh]guiram, pois a ascensão veriginosa do PT só foi possível com o massacre histórico da política pregressa brasileira, massacre sustentado pela quase que totalidade da mídia nacional. Que bom que acordaram! Antes tarde do que nunca!