sábado, 17 de abril de 2010

Blogs pela Demcracia: a terrorista desanda


Dêem uma olhadinha no quadro acima, tirem 2% da margem de erro e lá está: Serra 35%, Dilma 35% em pleno Nordeste.

Empate técnico no NORDESTE!

Viram!

O Brasil pode mais!


(Extraído do blog Coturno Noturno)
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As 'boquinhas' e os roubos vão acabar!



Segundo o blog Coturno Noturno, em 2006, nesta mesma época, Lula já tinha o dobro de votos de Alckmin. Lula tinha 40% mais votos do que Dilma tem agora. Mas tinha apenas 5% a mais do que Serra possui neste momento. Já o Serra está com 90% mais votos do que o Alckmin.

Vai bater o desespero na 'petezada' fanática e não-democrática.

A campanha deverá dar cores parecidas com aquelas do Partido Nazista do Trabalhador Alemão, nos anos 20, com violências generalizadas, ofensas, agressões, patrulhamento, intimidação e cooptação de consciências.

Mas não se preocupem. Usando velho ditado popular, pode-se afirmar que, se os cães estão latindo é porque a caravana está passando.

O BRASIL PODE MAIS!

VAMOS CRIAR JUNTOS UM PAÍS SEM ÓDIOS!
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O BRASIL PODE MAIS!

Um Presidente tem que ter cultura!
Vamos juntos fazer um Brasil sem ódios!

JOSÉ SERRA - PRESIDENTE DO BRASIL

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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Prepara-se um golpe eleitoral no Brasil?

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O TSE mandou que a empresa de pesquisa SENSUS, cuja última pesquisa dando empate técnico entre Serra e a guerrilheira levantou suspeição, liberasse para o PSDB os dados referentes aos formulários utilizados. A empresa não cumpriu a ordem e solicitou 24 horas de prazo para fazê-lo, desobedecendo a lei eleitoral. Funcionários do PSDB foram, inutilmente, à sede da Sensus, mas não receberam os dados requeridos pela Justiça.

Além disso, conforme divulgado no blog Coturno Noturno de hoje, "vários políticos ligados ao PT, junto com assessores, entraram juntos na Sensus, em Belo Horizonte, para intimidar os profissionais do PSDB que foram auditar a pesquisa "tabajara" que colocou a Dilma em empate técnico com Serra. O diretor da Sensus também não permitiu que fossem copiados os questionários e quer que os analistas passem o final de semana dentro da sede da empresa. Tudo isso depois de 24 horas de atraso."


Notícias assim, de flagrante desrespeito às normas que regem as campanhas políticas, causam uma desconfiança em todo o sistema, permitindo acreditar na afirmação cada vez mais divulgada de que tudo está se preparando para um golpe eleitoral do atual governo, através de fraudes nas urnas eletrônicas. Isto mais se torna uma possibilidade quando se sabe da recente divulgação de que tais urnas podem sim serem fraudadas sem que a fiscalização descubra.


Se somarmos o fato de que as urnas sofreram modificações tornando-se mais seguras segundo o TSE (embora elas fossem reputadas invioláveis anteriormente), mais suspeitas se tornam as próximas eleições. Se, afinal, as urnas anteriores não eram confiáveis, talvez tenha mesmo havido fraude na última eleição, o que explicaria muita coisa.


É claro que fraudes no resultado das urnas só poderão ser realizadas se a diferença entre os principais contendores não forem muito grande. Assim, é necessário, e vital, que as pesquisas demonstrem esse necessário "empate técnico". Como as empresas sérias e confiáveis fazem pesquisas metodologicamente corretas, restaria 'comprar' resultados naquelas que se prestam a tal tipo de negociata.


O TSE deve estar alerta e atento, pois a História o julgará, para o bem e para o mal.
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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Blogs pela Democracia: investigação na pesquisa da Sensus

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Quinta-feira, Abril 15, 2010

TSE manda Sensus abrir arquivos da pesquisa para o PSDB.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acatou pedido do PSDB e autorizou a fiscalização na sede do instituto Sensus, em Belo Horizonte. A iniciativa tem como objetivo esclarecer como foi feita a última pesquisa de intenção de voto divulgada pela entidade na terça-feira. O levantamento deu empate técnico entre os pré-candidatos do PSDB, José Serra, e do PT, Dilma Rousseff. Os advogados do PSDB questionam alterações feitas no registro da pesquisa junto ao TSE - o nome do contratante, que por lei deve ser apresentado à Justiça Eleitoral, foi alterado quatro dias após a apresentação dos dados."Diante do exposto, requer que esse Tribunal defira o presente pedido e expeça ofício - a ser entregue aos representantes legais do partido - dirigido ao Sensus, determinando que a empresa dê acesso ao PSDB de todos os dados mencionados no art. 13 e parágrafo único da resolução 23.190", afirmam os advogados na petição impetrada na quarta-feira, 14. A notícia é do Estadão.

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(Transcrito do blog Coturno Noturno)

LULA: pérolas do pensamento de "buteco";

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Da Reuters:



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a mencionar o “ponto G” nesta quarta-feira, desta vez sobre a necessidade de o ser humano descobrir sua criatividade.

- Muita gente, sabe, a maioria gostaria de trabalhar por conta própria. É uma coisa que as pessoas sonham. E aí é que é preciso a gente descobrir esse ‘ponto G’ da criatividade, do ser humano, sabe, dos negócios, para que a gente pudesse fazer uma revolução - disse, arrancando risadas da platéia formada basicamente por micro e pequenos empresários.

A declaração foi feita em discurso de abertura da 17ª Semana de Capacitação do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), primeiro compromisso de Lula após participar em Washington da Cúpula de Segurança Nuclear.

Lula reconheceu o papel do Sebrae na formação de micro e pequenas empresas formais, mas destacou a necessidade de expandir o empreendedorismo voltado ao mercado internacional.

O presidente já recorreu ao “ponto G” em outros discursos. Em fevereiro deste ano, Lula, discursando em Goiás, afirmou que o “Brasil é o país mais preparado do mundo para encontrar o “ponto G” .

- Por isso que o Brasil é importante no G20, é importante no G8, é importante no G3, é importante no G4. Cria um G que o Brasil está dentro. Não tem país mais preparado para encontrar o ‘ponto G’ que o Brasil- - disse, em evento onde estavam presentes vários ministros, entre eles a pré-candidata à presidência do PT, Dilma Rousseff, ainda na Casa Civil.

Em 2007, Lula usou o termo em escala internacional. Ao lado do então presidente dos Estados Unidos, George Bush, disse que as negociações comerciais entre países ricos e pobres na OMC (Organização Mundial do Comércio) estavam próximas de “encontrar o ‘ponto G’”.

(Transcrito da coluna do Reinaldo Azevedo, na Veja de 15 de abril de 2010)

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Parece até texto humorístico do Max Nunes em dia inspiradíssimo.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

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A montagem da estrutura de perpetuação no poder idealizada pelo mandatário do Executivo nacional deve incluir obrigatoriamente a mansa e total concordância do Poder Judiciário, inclusive e principalmente - embora em bases temporárias - da Justiça Eleitoral.

Magistrados 'amansados' com cargos, regalias e vantagens; juízes dúbios nos julgamentos envolvendo 'companheiros'; lentidão enervante para permitir o desquecimento da opinião pública, e mesmo a prescrição legal do crime.

Policiais e delegados agindo com morosidade, sem vontade investigativa, com espetáculos circenses para humilhar os desafetos políticos do 'líder', e com subterfúgios para ocultar os malfeitos dos 'amigos', tudo deve ter sido previsto e tudo deveria acontecer a contento.

Afinal, muitas foram as nomeações das altas cadeiras judiciais, preenchendo muitas com pessoas sem as devidas qualidades ou experiência, pondo à mostra um problema grave do sistema democrático brasileiro: o Poder que deve ser observado e controlado é quem nomeia os juízes máximos do Poder que controla.

É um erro tão infantil quanto o de pernitir que numa Sociedade Anônima, por exemplo, que o Diretor Financeiro acumule a Diretoria de Compras, e a Contadoria. Talvez não aconteça nada mas a porta está aberta aos maiores descalabros e desfalques.

Nada há - tecnica e materialmente - que impeça o desastre administrativo, o desvio de recursos, o acobertamento dos erros da Presidência da empresa.

De nodo similar ocorre em um país. A única coisa que poderá impedir tal fatalidade é a virtude funcional desses magistrados. O problema é que é difícil esquivar-se do espírito corrompedor, das mordomias fáceis e diferenciadoras, daquelas que tiram aos homens o contato com a realidade. Para que homens assim ajam com grandeza, é necessário possuir senso histórico e agir para que o presente se torne o passado que um dia desejarão ter orgulho de lembrar.

O problema é que o TRE, embora dê umas mordidinhas de leve, faz vista grossa para pesquisas de opinião aleivosamente feitas, com escancaradas falhas metodológicas, no cumprimento da missão de manter - a todo e a qualquer custo - a ilusão de que os candidadatos mais 'badalados' estão muito proxinmos um do outro, pois esse fato deve existir, nem que seja na mídia, para permitir a execução mais tranquila e sem conrestações violentas.

Uma coisa é certa: quem está atualmente no poder não pode ser derrotado, pois sabe que, uma vez aberta a caixa preta de seu governo, jamais voltará.

Caso contrário, se a fraude foo grosseira, poderá haver um novo 30, talvez um 64 renovado ou, o que seria pior, mas não impossível, uma sangueira como 1893.

Deus queira, e permita, que o Brasil continue com sua integridade territorial!

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Blogs pela Democracia: comparação visuaL de currículos


Mas, vendo o estilo dela, era previsível:



E, mais uma vez, vestida de militar... ela sempre gostou!

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domingo, 11 de abril de 2010

O BRASIL PODE MAIS! Serra na Folha de SP

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ENTRE as reminiscências de infância do pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, 68 anos recém-completados, aparecem imagens de caldeiras industriais do bairro paulistano da Mooca, a banca de frutas que o pai, Francesco, tinha no Mercado Municipal, a fila do pão na época da guerra e o futebol na rua com os amigos. "Nasci e cresci num bairro operário", faz questão de pontuar. No entanto, reconhece, não é visto como um político "popular", de trajetória humilde. Ainda assim, prefere não investir numa mudança de tom. "Não fico me programando muito porque a pior coisa é querer ser o que você não é. Tenho que ser como sou. Prefiro ter uma cara só."Às vésperas de iniciar sua segunda campanha presidencial em oito anos, Serra afirma que seu pensamento sobre o Brasil mudou pouco desde que iniciou a carreira política, nos anos 60, no movimento estudantil, mas se diz mais preparado para governar o país.Embora ainda evite entrar em polêmica com a candidata do PT, Dilma Rousseff, e discorrer detalhadamente sobre economia, Serra diz que pregará o "ativismo estatal" na campanha e defende um modelo de desenvolvimento que privilegie o "dinamismo industrial".Também escapa da comparação entre os governos FHC -no qual ocupou as pastas do Planejamento e da Saúde- e Lula. "Quem vai julgar o governo do Fernando Henrique é a história. Quem vai julgar o governo Lula é a história." Serra conversou com a Folha por mais de uma hora na quinta à noite, no Palácio dos Bandeirantes, depois de solenidade em homenagem ao presidente do Chile, Sebastián Piñera.

FOLHA - O sr. disputará a Presidência pela segunda vez. Em que mudou de 2002 para 2010?

JOSÉ SERRA - De lá para cá, eu aprendi mais. Foi uma derrota na campanha presidencial de 2002, mas uma derrota sem sabor amargo, o que foi bom. Mas foi algo que marcou minha vida. Depois de um ano refletindo, em que fiquei fora, houve a Prefeitura de São Paulo, e depois o governo do Estado, aprendi muito mais. Não é que não me sentisse preparado em 2002, é que hoje me sinto mais.

FOLHA - Mudou algo nas suas relações políticas?

SERRA - Minha relação era boa, como é hoje. Na Constituinte, fui o parlamentar que aprovou a maior proporção de emendas. Não era só por ter boas ideias. Mas porque sabia articular, negociar. No Ministério da Saúde, consegui aprovar seis projetos de lei e uma emenda, até com apoio da oposição. Aprendi a conviver e negociar desde o movimento estudantil, não transigindo exageradamente.

FOLHA - Como assim?

SERRA - Tem-se que lidar com diversidade de interesses. Então tem que procurar somar, sem trair o que você é. Na política, você sempre anda num fio de navalha. De um lado, tem a traição, a negação dos princípios, o oportunismo. Do outro lado, você tem a intransigência. Você tem que procurar o equilíbrio que componha seus princípios com a busca de apoio.

FOLHA - Da esquerda à direita, onde o sr. se posicionaria no início da sua trajetória política e hoje?

SERRA - Acho que essa divisão entre direita e esquerda é cada vez menos prática e significativa. Na época de estudante, estava bem à esquerda. Mas, dentro da Ação Popular, eu era do centro. No MDB, PMDB, era da esquerda. Quando o PSDB começou, eu era do centro à direita. Depois, fiquei à esquerda do PSDB, sem ter mudado muito. A visão que tenho hoje não é diferente da que tinha na Constituinte a respeito do Brasil. Tenho as ideias mais ou menos parecidas, mas cada circunstância é diferente no tempo.

FOLHA - O sr. era presidente da UNE em 1964, quando houve o golpe militar, e foi exilado, mas não participou de luta armada. Por quê?

SERRA - Antes de 64, quando eu era líder ativo, não tinha nada de luta armada. Nem de estilingue. Aquilo que se diz, de subversão, dou meu testemunho de quem viveu e conhecia: não existia. Na época, as entidades estudantis tinham muito mais peso específico e força relativa do que hoje. Depois de 64, nunca estive a favor de uma estratégia de luta armada. Achava que só ia terminar radicalizando o regime e a repressão.

FOLHA - Era contra por uma questão tática ou filosófica?

SERRA - Pelas duas coisas. Nunca tive apreço pela violência.

FOLHA - O sr. é da Mooca, seu pai era feirante, mas essa origem não é associada a sua imagem política.

SERRA - Meu pai não era feirante. Ele tinha uma banca no Mercado Municipal. Mas o padrão de vida era semelhante. Não sei. É curioso. Um dia perguntei a duas jornalistas: "Vocês acham que meu pai era o quê?". Responderam: "Seu pai era um juiz, um empresário".

FOLHA - Talvez pelo fato de o sr. não ter um estilo popular.

SERRA - Tenho conteúdo popular. Além do mais, não tenho a menor dificuldade de relacionamento com o povo e com as pessoas. Mas não fico me programando muito porque a pior coisa é querer ser o que você não é. Tenho que ser como sou. Prefiro ter uma cara só. Não fico ensaiando isso. Quem convive comigo sabe que sou bem-humorado, engraçado... Não tenho a menor dificuldade nas ruas, com as crianças. O grande desafio é aparecer tal como sou.

FOLHA - Tem aliados seus que defendem uma mudança de estilo, que o sr. deveria falar com emoção.

SERRA - Mas eu falo com emoção. Quando estou emocionado. Sou realmente tímido. O teatro ajudou a vencer um pouco. Facilitou a comunicação. Na escola, os professores todos achavam que seria político.

FOLHA - Quando passou pela sua cabeça pela primeira vez o desejo de ser presidente da República?

SERRA - Não tenho claro. Amigas de minha mãe dizem que falava isso desde pequenininho. Confesso que tenho dúvidas. Não sei. Às vezes, as pessoas misturam. Mas desde muito tempo. Desde criança, já pensava em me envolver na política.

FOLHA - Por quê?

SERRA - Era uma coisa natural. Algo prazeroso. Para mim, a política é uma atividade prazerosa. Não é pelo brilho, pelo prestígio, pela badalação. É prazerosa quando te permite fazer acontecer as coisas, genuinamente. Foi assim no movimento estudantil. Depois, no governo Montoro, na Constituinte, no Ministério do Planejamento. Na Saúde, principalmente, porque havia uma margem para inovação imensa. Minha decisão de ser ministro da Saúde foi difícil. Não veio a público, mas foi difícil, porque era uma área muito complicada. Quando é que eu decidi? No momento em que me ficou claro o seguinte: vou para lá, posso não consertar tudo, mas a população vai ver que eu estou do lado dela, autenticamente. Mais que as coisas concretas, tinha alguém que estava ao lado dela por um melhor atendimento, uma coisa mais decente.

FOLHA - Consta que ser candidato a prefeito em 1996 e em 2004 também não foram decisões pacíficas...

SERRA - Não é que não era pacífico. Inicialmente, não queria mesmo. Não é por temer dar errado. Às vezes, você não está muito a fim. Olhando a posteriori, 96 foi um erro, mas 2004 foi um acerto. Não só por causa dos resultados, porque 2002 foi um acerto. Não tive hesitação. Num processo eleitoral, você tem derrotas ruins e derrotas boas. Claro que derrota é derrota, mas depende de como acontece. Disputei oito eleições: ganhei cinco e perdi três. Duas das que perdi não foram derrotas amargas: para prefeito em 88 e para presidente.

FOLHA - Por que o sr. hesitou mais quando decidiu deixar a prefeitura em 2006 do que agora?

SERRA - Hesitei mais? Porque era muito pouco tempo de prefeitura. Aqui não. Não há sensação de gestão incompleta: 39 meses é bastante. E todo mundo tem consciência de que está nos trilhos. Lá, eram só 15 meses. Acho que a cidade ganhou com isso. Com tudo que eu tinha assimilado a respeito da cidade, e com a minha equipe que ficou e o entendimento com o Kassab, fizemos muita coisa.

FOLHA - O sr. diz que seu pensamento sobre o Brasil mudou pouco. E o Brasil, em que mudou?

SERRA - O Brasil mudou muito. Da Nova República para cá, se afirmou o processo democrático, o período mais longo de democracia da nossa história, democracia de massas. Não se sonha, não se cogita intervenção militar. A Constituição pode ter lá seus defeitos, mas avançou muita coisa em matéria de liberdades, em matéria cultural. Ou na área social. Porque, ao fim e ao cabo, foi a nova Constituição que criou o SUS, que é talvez a principal conquista do povo brasileiro em matéria social no pós-guerra. Depois teve derrota da superinflação, que parecia impossível, depois de quase 15 anos. Realmente, foi uma conquista e tanto do país. Teve coisas importantes como a responsabilidade fiscal, o fortalecimento financeiro do ensino básico, a diminuição forte da inflação e uma retomada do crescimento.

FOLHA - Já dá para falar em um ciclo virtuoso de crescimento?

SERRA - Ainda não se tem elementos para achar que esse crescimento está garantido para adiante. Temos que dar luta para isso. Por isso que eu disse que o país pode mais. Pode manter esse crescimento e crescer. Fala-se que o Brasil saiu bem da crise. Depende da referência. Saiu bem comparativamente aos países desenvolvidos e até a alguns outros em desenvolvimento. Mas você teve do outro lado a China e a Índia, que tiveram altas taxas de crescimento. Não há razão da natureza para o Brasil não ter um desempenho semelhante, ou pelo menos mais próximo, ao de Índia e China. Precisa ter as políticas adequadas.

FOLHA - Quando o sr. faz esse inventário das conquistas da Nova República para cá, divide os méritos por todos os presidentes do período?

SERRA - São incomparáveis os períodos, porque cada um deles governou em situações diferentes. Quem vai julgar o governo do Fernando Henrique é a história. Quem vai julgar o governo Lula, anos depois que ele não estiver mais em posição de poder, é a história. O tema da eleição deste ano é o futuro, não o passado. É quem vai ser eleito e que capacidade tem para tocar o Brasil para a frente. Isso é óbvio, claro, transparente. O resto é estratégia eleitoral.

FOLHA - O sr. se definiria como desenvolvimentista?

SERRA - Acho que essa distinção entre gente preocupada com o desenvolvimento e gente preocupada com a estabilidade é muito simplista. Eu diria tola. Não faz muito sentido. A estabilidade é uma condição para o crescimento. É uma condição necessária, mas não suficiente.

FOLHA - Esse foi o embate entre o sr. e Pedro Malan no governo FHC?

SERRA - É um período muito recente para ser analisado. Havia diferenças, evidentemente. Mas nunca houve uma época da minha vida pública em que tivesse havido tanto folclore quanto aquela. A campeã de todas. Sempre nos demos bem, nos damos bem até hoje.

FOLHA - O sr. foi contra o Plano Real? Qual foi sua participação?

SERRA - Logo que o Fernando Henrique assumiu o Ministério da Fazenda, fiz um trabalho ajudado pelo Martus [Tavares] e pelo José Roberto [Afonso], meus assessores na época, para enfrentar o descontrole fiscal. Depois, participei no segundo semestre de 1993 de discussões sobre o plano propriamente de estabilização, com base em modelos esquematizados pelo André Lara Resende e pelo Pérsio Arida, com participação do Gustavo Franco. Dei a cobertura que podia. Agora, eu tinha dúvida sobre se ia dar certo no meio da eleição. É aquela coisa de o besouro voar: voa, mas você fica com dúvida, do ponto de vista da aerodinâmica. Muita gente da equipe também tinha dúvida sobre fazer naquele momento, queria adiar.

FOLHA - O sr. vai pregar na campanha o Estado ativo. O que significa?

SERRA - É o ativismo estatal, ativismo governamental, em contraposição ao Estado do passado, que se associou a um forte período de expansão da economia brasileira. De 1930 a 80 nós fomos uma das economias que mais cresceram no mundo. Agora, este é um modelo que se esgotou, e, em contraposição a ele, não se deve pensar no Estado da inércia, da improdutividade. O Estado deve ser forte, não obeso. Forte em seu papel de cumprir as funções básicas e ativar o desenvolvimento, a justiça social e o bem-estar da população. E eu defendo um Estado ativo. Minha trajetória é marcada por grande ativismo estatal-governamental, mas não estatização.

FOLHA - Qual é o modelo de desenvolvimento que o sr. prega hoje?

SERRA - Temos três modelos de desenvolvimento que estão postos. O primeiro é voltar à economia primária exportadora -com um pouco mais de valor agregado, mas ainda assim primária exportadora. O segundo é o da chamada economia de serviços, que prega que a indústria já foi. O primeiro não tem condições de gerar empregos num país com 200 milhões de habitantes como é o Brasil. O segundo é uma bobagem, porque os serviços são importantes, têm valor adicionado, mas se desenvolvem a partir de uma economia industrializada. O terceiro é um modelo industrial competitivo, não fechado, como no passado. É o único modelo capaz de gerar empregos e crescimento sustentado. O problema é que o Brasil está caminhando para o primeiro modelo, e eu acho isso errado. Não é que não tenha de exportar recursos primários, mas o Brasil tem um tamanho, uma dotação de recursos naturais e uma população que lhe permitem se desenvolver em várias direções. É um país agrícola, industrial, pode exportar produtos primários e mais elaborados. Esse é o grande desafio.

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INFÂNCIA E FAMÍLIA

Eu ia me chamar Jorge, que é o nome do meu avô, pai do meu pai. Mas como nasci no dia de São José, isso mudou

Eu não gosto disso [de ser notívago], mas vem desde a adolescência, porque eu ficava lendo. A época em que eu mais li foi dos 10 aos 15 anos, porque meu pai ficou sócio do Clube do Livro: pagava 10 cruzeiros e recebia um livro por mês

Eu lia tudo sobre a Segunda Guerra Mundial. Toda a humilhação pela qual a Itália passou era muito dura para o meu pai. Eu tinha 2, 3 anos, mas me lembro do ambiente

O meu pai, em situações difíceis, costumava se descontrolar. E, evidentemente, eu sofria muito com isso. E talvez por isso, é uma hipótese, eu me desenvolvi no sentido oposto. O meu melhor é nas horas difíceis, eu não perco o controle nunca
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EXÍLIO

De repente eu me vi fora da faculdade, sem poder viver no Brasil, num país estranho, sem dinheiro.

Imagina você ficar com duas crianças pequenas por vários meses dentro de uma embaixada. Acho que nunca um pai cuidou tanto de um bebê quanto eu do Luciano nesse período.

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