sábado, 27 de março de 2010

Um arista cubano 'acorda'!

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Demasiado, uma das canções do artista cubano Sílvio Rodriguez em seu último disco, recentemente lançado na Ilha. O grito de denúncia que surge nesta canção dignifica e surpreende, pois ele sempre foi um dos defensores do regime castro-comunista:



"Demasiada sombra/demasiado sol/para encadenarnos/a una sola forma/y una sola voz"... "Demasiado nunca/ demasiado no/para tantas almas/para tantos sueños/para tanto amor".*


Em outra composição, no mesmo disco, Segunda cita, reclama: "ir al punto naciente/de aquella ofensiva/que hundió con un cuño impotente/tanta iniciativa".**

Tradução livre:

* - “Tanta sombra/tanto sol/para nos manter presos/a uma só forma/e a uma só voz... Tanto nunca/tanto não/para tantas almas/para tantos sonhos/para tanto amor”.


** - "ir ao ponto de origem/daquela ofensiva/que afundou com cunha impotente/tanta iniciativa".

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Blogs pela Democracia: Serra cresce e a Dilma fica estagnada

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O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, abriu nove pontos de vantagem sobre a petista Dilma Rousseff e voltou a ser líder isolado na corrida ao Palácio do Planalto.


Pesquisa Datafolha realizada nos dias 25 e 26 deste mês mostra o tucano com 36%. A petista tem 27%. Há um mês, eles tinham 32% e 28%, respectivamente, no mesmo cenário.

Como a margem de erro da pesquisa Datafolha é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, Serra apresentou crescimento real -embora tenha retornado ao patamar de dezembro, quando tinha 37%.

Já Dilma, pela primeira vez não apresentou crescimento na sua curva de intenção de votos: a petista oscilou negativamente um ponto percentual.

No mesmo levantamento, Ciro Gomes (PSB) ficou com 11% (tinha 12% em fevereiro e 13% em dezembro). Marina Silva (PV) está estacionada e manteve os mesmos 8% obtidos em dezembro e há um mês. Indecisos, brancos e nulos somam 7% e 11% não souberam responder.

Quando o Datafolha exclui Ciro da lista de candidatos, o cenário fica semelhante. Serra vai a 40% contra 30% de Dilma -a diferença entre ambos passa de nove para dez pontos, mas essa variação está dentro da margem de erro.

Sem Ciro, Marina pula para 10% e continua sem ameaçar o pelotão da frente.

2º turno e rejeição

As simulações de segundo turno seguiram os cenários de primeiro turno, com a recuperação de Serra. Numa hipotética disputa entre Serra e Dilma, o tucano venceria hoje com 48% contra 39% da petista -uma distância de nove pontos. Em fevereiro, os percentuais eram de 45% a 41%.

Em termos de rejeição, do ponto de vista estatístico, os quatro principais concorrentes estão empatados no limite da margem de erro, mas quem numericamente tem o pior índice é Ciro Gomes, com 26%. Colados a ele vêm José Serra (com 25%), Dilma Rousseff (23%) e Marina Silva (22%).

Espontânea e nanicos

As curvas da pesquisa espontânea, quando o entrevistado diz em quem deseja votar sem ver uma lista de nomes, têm uma evolução discrepante do levantamento estimulado.

Diferentemente do que ocorreu na pesquisa em que o eleitor vê seu nome, em que está estabilizada, Dilma continuou sua curva ascendente no levantamento espontâneo. Tinha 8% em dezembro, passou a 10% em fevereiro e agora chegou a 12%.

Esse percentual a coloca à frente de Luiz Inácio Lula da Silva (8%), que, até dezembro, liderava com folga a pesquisa espontânea. Isso mostra que a cada pesquisa o eleitor deixa de citar o nome do atual presidente porque vai percebendo que o petista não será candidato.

Serra pontuou 8%, o mesmo percentual de dezembro. Ciro e Marina marcaram 1% cada. Houve também 3% para "candidato do Lula" e 1% para "no PT/candidato do PT".

Pela primeira vez o Datafolha pesquisou candidatos de partidos pequenos. Por enquanto, só Mario de Oliveira (PT do B) conseguiu menções para pontuar 1%. Todos os demais estão abaixo desse patamar.

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A recuperação de José Serra na pesquisa Datafolha tem fatores principais, entre eles seu desempenho na região Sul, no eleitorado mais pobre e com o público feminino. Dilma Rousseff, que havia crescido em todas as regiões em fevereiro, agora ficou estagnada ou até oscilou negativamente em vários segmentos do eleitorado.

No Sul, que concentra 14% dos eleitores do país, Serra subiu dez pontos percentuais, de 38% para 48%. Dilma, que fez carreira política no Rio Grande do Sul, não se consolidou ainda entre os gaúchos e registrou uma queda de 24% para 20%.

Os 28 pontos percentuais de diferença no Sul são a maior dianteira de Serra sobre Dilma no aspecto geográfico das intenções de voto do Datafolha.

Entre os eleitores que ganham até dois salários mínimos (R$ 1.020), ou 52% da amostra do Datafolha, Serra subiu de 30% para 35%. Dilma oscilou de 29% para 26% - apesar de um dos principais programas do governo Lula ser o Bolsa Família, que beneficia a população de baixa renda.

Serra aumentou sua vantagem no eleitorado feminino. Em fevereiro, o tucano já liderava (33% a 24%). Agora, tem 15 pontos a mais (37% a 22%).

Do ponto de vista apenas numérico, os quatro pontos percentuais que Serra obteve na soma geral da pesquisa Datafolha (de 32% para 36% das intenções de voto no país) tiveram as seguintes origens: um ponto de Dilma (que caiu de 28% para 27%), um ponto de Ciro Gomes (cuja taxa oscilou de 12% para 11%) e dois pontos entre os que declaram ter intenção de votar em branco, nulo ou em nenhum nome.

Dilma, que variou negativamente dentro da margem de erro, manteve seus percentuais em segmentos importantes.

Por exemplo, na região Sudeste (42% do eleitorado), Dilma ficou com 24%, o mesmo percentual de fevereiro. Serra oscilou para cima, na margem de erro, de 38% para 40%.

No Nordeste (28% do eleitorado), Dilma tinha 36% em fevereiro e agora está com 35%.Serra saiu de 22% e foi a 25%, numa região na qual o PT conta como seu maior reduto por causa da popularidade de Lula.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Surge um site para aprender a mobiizar. Entre, a casa é sua.

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O site Mobiliza tem vários materiais estratégicos para quem, como os Blogs pela Democracia, pretendem participar da mobilização do eleitorado pela web. Estão postados vídeos sobre com tutorial para orkut, youtube e twitter. E várias dicas de como usar a web e a blogosfera, com downloads de manuais. Entre, a casa é sua. Vamos mobilizar a maior rede de blogs na internet.
 
VAMOS À LUTA CONTRA OS TERRORISTAS REPRESENTADOS PELA MALIGNA
 
APAGUE ESTA VELHOTA
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quinta-feira, 25 de março de 2010




UMA QUESTÃO DE PONTO DE VISTA





Para o mundo do Bem, um Herói!


Para o Lula, só um 'neguinho' arruaceiro, enchendo o saco dos 'mano'!

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O fim da Federação

Eu não pretendo, nem quero, exercitar a arte agourenta de Cassandra, mas tudo está se preparando para um impasse. Depois de iniciado o movimento, não haverá volta.  Talvez Lula possa entrar para a História como o 'jagunço' da esquerda, 'macaquito'  de Hugo Chavez, que levará o Brasil à separação como país único, pondo fim a uma união secular herdada dos portugueses. Este é um elemento sempre esquecido na história política brasileira. Não somos platinos, não somos castelhanos. Não somos 'bolivarianos', novos ou velhos. Ao contrário, resistimos às investidas e propostas de Bolívar, Sucre, San Martin, O'Higgins e muitos outros caudilhos advindos da aristocracia 'criola' da América Espanhola.
Somos originados e nascidos da América Portuguesa, de pensamentos, objetivos e comportamentos completamente diferentes dos povos de extração dos vice-reinados espanhóis da América.
Pouco temos em comum. Ao contrário, somos esnobados, humilhados, logrados, roubados por estes atuais 'mandatários' latino-americanos.
Somos politicamente diversos. Jamais tivemos uma só elite, uma só família, que comandasse o Exército, a Igreja e o Estado ao mesmo tempo,fato que sempre foi comum aos castelhanos.
Entre eles, o maior 'haciendero' era da mesma família 'del Obispo', e parente igualmente do Chefe da Nação. Mandavam em tudo, eram caudilhos rurais com fortes pendores militares. O exército deles jamais foi democrático, como o brasileiro. E sempre estiveram às turras com o Brasil: Oribe, Juan Maria Rosas, Solano Lopez, Francia, Artigas e muitos outros da mesma espécie. Foram republiquetas onde o sangue corria fácil em "las degüelas".
Nós, fomos um Império pacífico, respeitado internacionalmente e bem sucedido economicamente, até o infeliz advento da república. Eles sempre tiveram ojeriza a essa superioridade e à maturidade política do Brasil.
Na realidade, até hoje eles têm recalques com nossa Pátria, e aproveitam que atualmente há um covarde com atitudes servis no comando da Nação para refestelarem-se sobre os brasileiros.
O que vai acontecer? Digo a probabilidade. Vai haver uma guerra civil se tentarem impor uma assassina de soldadinhos no comando do País. A Pátria resistirá! O Rio Grande do Sul honrará as suas tradições... tomando chimarrão. Quem quiser que escolha lado e facção.
Então, os 'machos' atuais, falastrões prevalecidos, que acham que nada poderá mudar (como pensaram em outros tempos, pois a história se repete), poderão provar que são mais do que simples machotes da "boca para fora!"
Há muita gente que fala demais, mas que poderá cair tão rápido quanto pisca.

O Brasil está parecendo precisar de um novo choque de ordem.

Viva o Brasil democrático! Fora Lula! Fora os 'bolivarianos'!

Viva a Pátria Brasileira!
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Blogs pela Democracia: Lula está nervoso

Ele deve sonhar de noite esbavejando pelo fato de ter conquistado o poder num lugar que não é a Venezuela nem Cuba. Mesmo que só em parte, a imprensa ainda existe:


(Para ler matéria, clique sobre ela)
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quarta-feira, 24 de março de 2010

Democracia e virtude

A virtude na república é o amor à pátria, isto é, o amor à igualdade. Não é, em absoluto, virtude moral, nem virtude cristã, e sim virtude política; é a mola que faz mover o governo.

 
A virtude exige que se faça ao Estado, ao interesse público, um sacrifício de si mesmo e das próprias repugnâncias, do próprio egoísmo, indisciplina e ganância, de todos os apetites.


Tais exigências são próprias da democracia, pois ela é, por natureza, o governo da maioria. Se funciona mal, se as leis cessam de ser executadas, a causa só pode estar na corrupção do caráter da maioria. Mal irreparável, “o Estado já se acha perdido”, diria Montesquieu.

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terça-feira, 23 de março de 2010

Blogs pela Democracia: o lambão




A pedido de seu patrão, pergunta o guerrilheiro Franklin Martins
O governo federal, através de um de seus empregados, pergunta aos seus amigos do Tribunal Superior Eleitoral até onde e como podem fraudar as leis eleitorais usando o dinheiro do povo para tentar impingir à nação uma terrorista que jamais prestou contas do roubo que  a facção dela fez ao assaltarem a casa onde estava o cofre do Adhemar de Barros.

Tudo está sendo preparado para que as próximas eleições sejam fraudadas, nas urnas mesmo, se não houver outra maneira.

(Para ler a matéria, clique na imagem)

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segunda-feira, 22 de março de 2010

Blogs pela DEMOCRACIA - rejeição à terrorista

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PT busca razões para rejeição de Dilma


Paulo de Tarso Lyra, de Brasília, para o Valor Econômico

O discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia do lançamento da pré-candidatura presidencial de Dilma Rousseff, afirmando "mulherada do meu querido Brasil, essa é uma oportunidade ímpar de vocês irem à luta para fazer valer o interesse de vocês" ainda não sensibilizou o eleitorado feminino. A petista perde para José Serra (PSDB) em todos as pesquisas recentes que avaliaram a intenção de voto entre as mulheres. No Datafolha, Serra tem 33% de intenções de votos entre as mulheres e Dilma 24%. Na CNT/Sensus, os resultados são parecidos: Serra tem 33,4% e Dilma 24%. E na CNI/Ibope, divulgada na quarta-feira, Serra tem 37% e Dilma, 25%.

Lula tem repetido em suas viagens pelo país que Dilma é sua candidata. Na festa de pré-lançamento da candidatura, as mulheres do PT encheram o auditório com bandeiras da legenda na cor roxa. O presidente lembrou dos tempos de metalúrgicos, exaltou a emancipação feminina, elogiou a disposição das mulheres para a tripla jornada de trabalho. E convocou-as para votar na chefe da Casa Civil. "É um momento extraordinário para que se deem as mãos e saiam à luta para ganhar as eleições".

Mesmo assim, 44% das mulheres entrevistadas pelo Ibope desconhecem o apoio político de Lula a Dilma. Entre os homens, esse desconhecimento é de 33%. Em relação ao eleitorado masculino, a situação é diferente: Dilma disputa voto a voto com Serra a preferência entre os homens. Na pesquisa Ibope, ela chega a ter mais votos que o tucano: 36% a 34%. No Datafolha, os dois pré-candidatos empatam (32% a 32%) e na CNT/Sensus, Serra tem uma discreta vantagem (33% a 31,9%).

A secretária nacional de mulher do PT, Laisy Moriere, admite a necessidade de um discurso específico para o público feminino. Mas acha que ainda não há motivos para alarme. "Hoje não existe ainda a campanha propriamente dita. Quando ela começar de verdade, vamos fazer um trabalho para mobilizar as mulheres do PT", disse Laysi. Ela convoca também a militância feminina dos demais partidos aliados para se engajar na tarefa de divulgar a candidatura Dilma entre as filiadas.

Para Laysi, além do discurso óbvio de que Dilma foi a primeira ministra de Minas e Energia do país, a primeira chefe da Casa Civil - responsável pelo comando administrativo do governo - e a primeira pré-candidata do PT a presidente, Dilma vai beneficiar-se das ações desenvolvidas nos últimos oito anos. "Foi no governo Lula que a Secretaria Especial dos Direitos das Mulheres foi criada. Isso não é pouca coisa, é muita coisa", defendeu Laisy.

Mas representantes do movimento feminino ouvidas pelo Valor têm uma série de ressalvas. Para elas, nem Dilma nem Marina Silva (PV) foram capazes de personificar, até o momento, o ideário feminino. Na opinião destas entidades, se Dilma é de fato a continuidade do governo Lula, como vem sendo afirmado, ela não trará muita coisa além do que já foi feito.

Um dos pontos de resistência, por exemplo, é o recuo do governo em relação ao 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH). As entidades feministas temem que o Executivo ceda às pressões e desista de abrir o debate sobre a legalização do aborto. Quase 70 entidades divulgaram nota, assinada pela secretária nacional das jornadas brasileiras pelo direito ao aborto legal e seguro, Paula Viana, defendendo que "o texto do 3º PNDH seja mantido em sua integralidade e dispondo-se a um novo encontro com o ministro (Paulo Vannuchi, dos Direitos Humanos), caso necessário". A primeira reunião aconteceu no dia 24 de fevereiro.

A subsecretária de articulação institucional da Secretaria Especial dos Direitos da Mulher, Sônia Malheiros Miguel, acredita que a resistência do eleitorado feminino em votar em outra mulher vem atrelada ao machismo que domina a sociedade brasileira. "Temos 50% da população, 51% do eleitorado, mas ainda somos sub-representadas do ponto de vista político". Sônia lembra as dificuldades de inserção das mulheres no mercado profissional e as discrepâncias salariais em cargos equivalentes aos ocupados pelos homens.

Laysi Morieri acrescenta que, mesmo dentre aquelas que obtém sucesso, o funil vai se estreitando à medida que se sobe na escala hierárquica. "Temos uma infinidade de juízas de primeira instância. Mas no Supremo Tribunal Federal, são duas ministras e nove ministros", exemplificou.

A Secretaria Especial dos Direitos das Mulheres contratou um instituto independente para realizar, a partir de abril, uma pesquisa para tentar descobrir os motivos da baixa representação feminina nas instâncias decisórias do país. Mas Sônia Malheiros acha precipitada qualquer avaliação sobre o êxito de Dilma nas eleições de outubro. "Ainda é cedo para sabermos se o discurso de Dilma vai ou não encontrar eco junto ao eleitorado feminino".

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domingo, 21 de março de 2010

Um profeta de 1964

No livro em que escreveu suas memórias, disse o General Olímpio Mourão Filho:

"Ponha-se na presidência qualquer medíocre, louco ou semi-analfabeto e vinte e quatro horas depois, a horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, e de que tudo o que faz está certo. Em pouco tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso."

O homem era um profeta, sem dúvida.

A nova geração não sabe quem foi este General. Ela era comandante militar em Minas Gerais, e partiu de lá com as tropas sob o seu comando para invadir o Rio de Janeiro, e disposto a lutar, pois os comunistas e seus simpatizantes tentariam resistir. Mas não. Ao contrário, dispararam cada um para um lado. Foi um Deus nos acuda! Atropelaram-se para fugir, levando o que tinham roubado.

Assim, no dia 31 de março de 1964, o Brasil, mais uma vez, reiniciava, para tentar novamente. "País azarado", dizia meu pai, um gaúcho honesto, probo e politizado.

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Blogs pela Democracia: artigo no Estadão

Sábado, Março 20, 2010


A ''verdade coletiva'' de Lula, de Roberto Romano

No episódio que abalou a imagem do presidente - o símile entre presos cubanos em greve de fome e bandidos - não sigo os revoltados pelas suas frases. Agradeço por ele usar uma verdade insofismável sobre a sua atitude mental. Desconfio dos que, na tentativa de manter aparências, dizem ter Luiz Inácio da Silva cometido um "escorregão". Se falam de escândalo, talvez acertem. O termo "escândalo" vem do grego "skadzein", cujo significado é "mancar". Ninguém nega que o presidente tenha "mancado" ao perder o freio decoroso na língua. Ele, no entanto, abriu sua alma, exibindo diante do Brasil e do mundo a ideologia que de fato o move.

O público já testemunhou outras distrações do hoje presidente. Em histórica fala a um jornal paulista, ele proclamou que "a liberdade individual está subordinada à liberdade coletiva. Na medida em que você cria parâmetros aceitos pela coletividade, o individualismo desaparece. Ou seja, não há razão para a defesa da liberdade individual. O que você precisa é criar mecanismos para que a grande maioria da comunidade possa participar das decisões" (Lula, 4/1/1986). E acrescentou: "A capacidade de você atender aos desejos individuais sem que isso prejudique os interesses coletivos é uma questão sobre a qual tenho dúvidas. Precisamos promover esta discussão dentro do PT."

Segundo os debates partidários, amigos transformam-se em inimigos do coletivo ideado pelos petistas. "Você pode excluir o grande empresário, a multinacional, mas você precisa discutir se vai excluir o pequeno e médio proprietário do campo e da cidade."

"Eu não quero", disse o sindicalista, "ser o dono da verdade, o senhor da razão". A tolice torna-se ameaçadora no complemento da frase: "Eu tenho uma verdade que está subordinada à verdade coletiva." Treblinka, Auschwitz, o Gulag e Cuba resultam de tais "verdades coletivas". Segundo aquela doutrina, um preso político cubano só pode ser bandido, pois vai contra a verdade, propriedade do Estado.

A exclusão dos inimigos (todos os que não se encontram no partido) se enraíza na cultura petista. Mas após derrotas acachapantes, aconselhado por especialistas em marketing político, Lula maquiou a fala dogmática. Chegaram as alianças eleitorais, a persuasão dirigida aos setores médios e, last but not least, o elo com setores da imprensa. Assustar o grande empresário, a multinacional, além do pequeno e médio proprietário do campo e da cidade, perceberam os petistas, era receita de fracasso. Surgia o esboço do "Lulinha paz e amor" e da Carta ao Povo Brasileiro. Líderes como Antônio Palocci ensaiaram privatizações "neoliberais" em seus domínios. O aço totalitário se cobria com o chantilly propagandístico. Era superada a era das pizzarias e padarias para o PT. Começava o tempo dos bons restaurantes, das garrafas de Romanée Conti. Oligarcas passaram a ser convidados de honra no convescote: Antonio Carlos Magalhães, José Sarney e outros receberam novos títulos, pois garantiam a governabilidade...

A encenação convenceu. Grandes empresas, multinacionais, pequenos e médios proprietários, boa parte da imprensa, todos azeitados pelos dividendos de uma política econômica antes execrada no petismo, aplaudiram o "novo PT". Com as loas ao suposto bom senso, carisma e quejandos de Luiz Inácio da Silva, entoadas no Congresso pela oposição, veio o apoio às iniciativas governamentais na economia e adjacências. Quanto maior o sucesso entre os antigos inimigos, maior o cinismo dos petistas em relação a si mesmos. Discutir a divida externa, romper com o Fundo Monetário Internacional (FMI), controlar o capital estrangeiro? Bravatas. Política radical e socialista? "Nunca fui de esquerda", asseverou o líder, aplaudido em delírio.

Passaram os dias e, arrogantes, seguros de manter o mando, os petistas começaram a soltar os demônios reprimidos. Já no episódio do "mensalão" sobraram raios e trovões contra a "imprensa burguesa", os empresários, os promotores públicos. Mas o presidente foi à TV e pediu desculpas, dizendo não saber a causa de suas escusas. Agora confessa: sabia. Chegaram os aloprados, os projetos de mordaça na mídia, a defesa de Sarney a todo custo (inclusive ao preço da censura, como no caso deste jornal) e as unhas ideológicas apareceram, somadas aos caninos. Lenta e inexorável, ressurge a busca de uma hegemonia ditatorial mantida pelos escravos voluntários, os militantes. Estes tudo fazem para garantir o poder aos donos do partido. Quanto mais seguros de que ficarão no Planalto por mil anos, maior a grosseria dos ataques contra quem não dobra espinha e ouvido às ordens palacianas.

Os cosméticos tombam da face governamental. A lógica de Luiz Inácio da Silva é a mesma, desde 1986. Naquela época importava defender os direitos humanos (nunca incluídos os presos de Cuba) para manter a coesão interna do PT, no qual ombreavam stalinistas e católicos, trotskistas e adeptos da ecologia. Os religiosos defenderam os direitos humanos contra a ditadura, foram adversários das violações em todos os países e sob qualquer ideologia. Quem defende direitos não escolhe ideologia a ser protegida. Mas, com a chegada do PT ao poder, os católicos desembarcam do navio. Ficam os adeptos da razão cabocla de Estado.

A fala do presidente contra os presos cubanos, assimilando-os a bandidos, tem uma gênese mais ampla do que o PT. Ela se enraíza nas purgas nauseantes, como nos Processos de Moscou, em 1936. Ali não existiam dissidentes, mas terroristas. Só possui direito quem se abriga à sombra do partido. O resto é inimigo e... bandido.

Obrigado, Lula, por desvelar o que sempre esteve em seu íntimo. E por nos advertir sobre o que virá nos próximos dias.


Filósofo, professor de ética e filosofia na UNICAMP.

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