sábado, 15 de maio de 2010

Construir sem Demagogia

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Fernando Henrique propõe que líderes políticos tenham ‘grandeza’ na eleição


Época de campanha eleitoral é propícia à demagogia. Pode servir também para a construção de um país melhor se os líderes políticos tiverem grandeza. O embate entre PSDB e PT já dura 17 anos, desde o governo Itamar, quando iniciamos o Plano Real. É tempo de reavaliar as diferenças e críticas recíprocas. Os mais destacados economistas do PT daquela época, Maria da Conceição Tavares, Paul Singer e Aloizio Mercadante, martelaram a tecla de que se tratava de jogada eleitoreira. Não quiseram ver que se tratava de um esforço sério de reconstrução nacional, que aproveitou uma oportunidade de ouro para inovar práticas de gestão pública e dar outro rumo ao país. Como tampouco haviam visto que, por mais atribulada que tivesse sido a abertura da economia, sem ela estaríamos condenados à irrelevância em um mundo que se globalizava.

A mesma cegueira impediu que se avaliasse com objetividade o esforço hercúleo para evitar que o sistema financeiro se desfizesse por sua fragilidade e pela voragem dos ataques especulativos. Proer, Proes e o respeito às regras da Basileia foram fundamentais para alcançar as benesses de hoje. Passamos pelo penoso aprendizado do sistema de metas para controlar a inflação e aprendemos a usar o câmbio flutuante, sujeito - como deve ser - à ação corretora do BC. Esses processos, a despeito de críticas que lhes tenham sido feitas no passado, constituem agora um "patrimônio comum". O mesmo se diga sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, que foi duramente criticada pelo PT e aliados e, hoje, é indiscutida, embora nem sempre aplicada com o rigor necessário. Isso revela amadurecimento do país.

Na área social o tripé correspondente ao da área econômica se compõe de: aumentos reais do salário mínimo, desde 1993; implementação a partir de 1997 das regras ditadas pela Lei Orgânica de Assistência Social, atribuindo uma pensão aos idosos e às pessoas com deficiências físicas de famílias pobres; por fim, bolsas que, com nomes variáveis, vêm sendo utilizadas com êxito desde o ano 2000. Esses programas, independentemente de que governo os tenha iniciado ou melhorado, tiveram o apoio de todos os partidos e da sociedade.

Infelizmente, nem em todas as áreas é assim. Sob pretexto de combater o neoliberalismo joga-se no mesmo balaio toda política que não seja de idolatria ao "capitalismo de Estado", como se essa fosse a melhor maneira de servir ao interesse nacional e popular. Tal atitude revela um horror à forma liberal de capitalismo e à competição. Prefere-se substituir as empresas por repartições públicas e manter por trás delas um partido. No lugar do empresário ou da empresa a quem se poderia responsabilizar por seus atos e erros, coloca-se a burocracia como agente principal do desenvolvimento econômico, tendo o Estado como escudo. Supõe-se que Estado e povo, partido e povo, ou mesmo burocracia e povo, têm interesses coincidentes. Outra coisa não faziam os partidos totalitários na Europa, os populistas na América Latina e as ditaduras militares.

Qualquer neófito sabe que sem Estado organizado não há capitalismo moderno nem sociedade democrática. Não se trata, portanto, da oposição infeliz e falaciosa de mais mercado e menos Estado nem de seu contrário. Na prática o neoliberalismo nunca prevaleceu no Brasil, nem depois do golpe de 1964, quando a dupla Campos-Bulhões reduziu a ingerência estatal para permitir maior vigor ao mercado. Mais recentemente, com a maré de privatizações iniciada no governo Sarney (com empresas siderúrgicas médias), prosseguida com Collor e Itamar (este privatizando a Embraer e a simbólica Siderúrgica Nacional) ou em meu governo (telecomunicações, Rede Ferroviária Federal e Vale do Rio Doce) o que se estava buscando era tirar das costas do Tesouro o endividamento crescente de algumas dessas empresas produzido pela gestão burocrática sob controle partidário e dotá-las de meios para se expandirem. Passaram a crescer e o tesouro a receber impostos em quantidade maior do que os dividendos recebidos quando essas empresas eram formalmente "estatais". Mas o gasto público continuou a se expandir, e o papel do governo nas políticas econômicas e na regulação continuou essencial.

Os resultados da nova política estão à vista. Algumas dessas empresas são hoje atores globais, marcos de um Brasil moderno internacionalmente respeitado. Outra não foi a motivação para transformar a Petrobras, o Banco do Brasil ou a Caixa Econômica em empresas saneadas e competitivas, sem que jamais governo algum cogitasse privatizá-las. Foram dotadas da liberdade necessária para agirem como empresas e não como extensão burocrática dos interesses políticos. Essa é a verdadeira questão e é isso que continua em jogo: prosseguiremos nesta trilha, mantendo as agências regulatórias com a independência necessária para velarem pelos interesses do investidor e do consumidor ou regrediremos?

Na prática, o governo Lula se envaidece, como ainda agora, de que o Banco do Brasil ou a Petrobras atuem como global players. Não retrocedeu em qualquer privatização, começou a fazer concessões das rodovias, cogita fazer o mesmo com os terminais aéreos, chega a simular um leilão para a concessão de Belo Monte, com o cuidado de dar (para inglês ver, é verdade) a maioria do controle a empresas privadas. Por que então não deixar de lado a ideologia e o uso da pecha de neoliberal para desqualificar os avanços obtidos dos quais é usufruidor?

Se esse passo for dado, o debate eleitoral poderá concentrar-se no que realmente conta: a preparação do país para enfrentar o mundo atual, que é da inovação e do conhecimento. As diferenças entre os contendores recairão sobre a verdadeira questão: queremos um capitalismo no qual o Estado é ingerente, com uma burocracia permeada por influências partidárias e mais sujeita à corrupção ou preferimos um capitalismo no qual o papel do Estado permanecerá básico, mas valorizará a liberdade empresarial, o controle público das decisões e a capacidade de gestão?

Fernando Henrique Cardoso é presidente de Honra do PSDB e ex-presidente da República.

Fonte: O Globo

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VAMOS CONSTRUIR UM PAÍS SEM ÓDIOS!
 
O NORDESTE PODE MAIS!
 
O BRASIL PODE MAIS!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Oração de esconjuro!



Para que não pegue viço
Nas urnas da eleição,
Padim Ciço vota Serra!
Contra o Quinteto do Cão!
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quinta-feira, 13 de maio de 2010

"Ces vão vê só!" - idioma dilmiano de campanha.

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Dilmona, na RBS, falando da má convocação de Lula. Para ela, faltaram dois jogadores do Santos. Afinal, completou, isto é o desejo de:
 onze (11) entre cada dez (10) brasileiros!!!!

 (Ai, Ai, Ai!)

Clique para conferir, assistindo à Tartamuda Mor: http://www.youtube.com/watch?v=x9X1GtMO0RA

É inacreditável. Até parece por gosto. Ao menos, dá para entender tudo o que fez de errado, tanto no terrorismo quanto na política (incluíndo o apagão!).
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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Como é que pode?

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Como é que pode um povo religioso, em meio ao qual Deus escolheu que nascesse alguém santo como o Padre Cícero Romão Batista, acariciar e acreditar numa pessoa que fez mães perderem filhos em ataques terroristas?

Sei lá se não estaremos amaldiçoando nosso filhos e netos!
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terça-feira, 11 de maio de 2010

O Brasil no divã!

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E lembrar que este país já teve um povo honrado e valente, com claros limites políticos, apesar de sua histórica paciência e tolerância com aqueles que conseguem o poder. Gostem ou não, é um problema histórico-sociológico a concordância dele com algumas 'vantagens' devidas à influência que o comando político proporciona. Coisa de povo latino que somente o tempo - em seu longo curso - ameniza e cura. Mas leva tempo e, de certeza, ainda não chegou à América Latina e nem ao Brasil.

O problema é que nem todos os 'poderosos' sabem disso, isto é, que o que acontece que ficam tão à vontade é resultante de uma psicologia-coletiva que, mesmo que não abranja a todos os cidadãos, pode ser estabelecida como a média do pensamento nacional. É triste, mas é verdade.

A cura desta patologia deve seguir os caminhos e as técnicas da Psicanálise clássica. Há que buscar a causa do desequilíbrio em sua origem, voltando aos tempos em que se formava o caráter, em que se fundamentava a personalidade. É no prescutar as mastabas escuras onde foram subliminarmente 'descartados', ou 'esquecidos' certos acontecimentos, que podem ser encontradas as razões e as causas desses bloqueios psicológicos que teimam em travar e bloquear o livre e harmônico crescimento político do País.

Mas os 'poderosos' do momento não reconhecem, portanto, que estes estados não são perenes em sua materialidade, surgindo e desaparecendo em uma subitaneidade de tempo que gera estupefação. De uma para outra hora, mudam os humores coletivos, e o povo, antes dócil como um boi de canga, enrijece a musculatura, entesa o lombo, e se transforma em um touro furioso e desembestado. Então, a tudo quebra e corneia. E não adianta exclamar, gritar alto, entorpecido de surpresa. Nada a reclamar, pois é simplesmente a outra face do mesmo desequilíbrio coletivo. De um momento para outro - BUMMM - muda tudo!

Nunca se sabe o que gera tamanha reviravolta mental. No tempo do Getúlio - na versão eletiva - foram algumas palavras escritas por um nordestino - "mar de lama" - que bastaram para inviabilizar o governo getulista.

Em 1964, algumas outras palavras ditas num comício na Central do Brasil - "faremos as reformas na marra!" - e pouco tempo depois, aquele pessoal estava todo fugindo do Brasil.

O que será desta vez que servirá de última gota a entornar o balde? Um discurso, um ato do governo, um acontecimento banal qualquer? "Mar de lama" já se sabe que não é.

Não sei, nem adivinho, mas que o recipiente nacional está cheio pelas beiradas, disso não tenho nem dúvidas.

Inclusive, um conselho aos 'poderosos': leiam sempre um pouco de História, de Sociologia, de Antropologia, de Psicologia, ou peçam, ao menos, para que alguém leia alto para vocês. Para o bem do Brasil.
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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Nada como ser comandado...

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Bonezinho ridículo para agradar ao chefe, o Caudilho Rural Hugo Chavez (em fim de carreira... também.)

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domingo, 9 de maio de 2010

A armadilha para o Serra

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A apatia existente no governo em relação à eleição presidencial que se aproxima, mesmo com o fingimento  de certo nervosismo e ansiedade, tem tornado cada vez mais claro que algo não está certo.

A pressa e a fobia do Lula em escolher uma pessoa tão despreparada, antipática, arrogante, de passado não recomendável, egoísta, nervosa e grosseira com subordinados e colegas, tudo alinhavado com uma surpreendente ignorância dos mais comezinhos assuntos, já serviria para acender a luz de atenção.

Depois, o tratamento cheio de desconsideração para com o partido pelo qual se elegeu - o PT -, apequenando-o, humilhando suas lideranças, fazendo pouco de suas advertências, conselhos e dúvidas.

Finalmente, a campanha desastrada da candidata, com dificuldade de falar, de comunicar suas idéias, de concatenar frases, agindo agressivamente, além da demonstração de total e amplo desconhecimento da história das regiões brasileiras e da cultura nacional. Tudo isto revestido de um desafio regular aos ditames das leis eleitorais, debochando mesmo das decisões dos Tribunais Eleitorais e de seus magistrados, como que buscando provocar uma animosidade com essas autoridades ao ponto de rompimento. Isto tanto do lado do partido quanto do lado do presidente.

Isso tudo não é normal, decisivamente. O que estará a acontecer?

Conhecendo a 'esperteza' de Lula, sua crença de que os fins justificam os meios e a vantagem que uma pessoas de má fé possuem sobre as de boa fé, não é demasiadamente errado pensar numa grande e cruel armadilha.

Vejamos as chances e as oportunidades: a dívida pública brasileira bate um recorde negativo a cada mês; a dívida externa cresce assustadoramente; os gastos do governo aumentam com elevação de salários, gastos de custeio, pagamento de juros e despesas gerais; o país está fazendo benesses e favorecendo a outros países com aumento de preço de matérias primas como gás natural, com a Bolívia, por exemplo, enquanto financia países a fundo perdido, como Cuba; diminuição da receita advinda de negociações e contratos antigos, como com o Paraguai; doações de dinheiro para o Haití e outros países da África, incluíndo o perdão de dívidas, bem como para com a Grécia, ultimamente, para dizer o mínimo.

De outro lado, a inflação volta a rondar a economia; os investimentos em infraestrutura deixam muito a desejar; o sistema de transporte está em pedaços;  saúde e educação periclitantes, em péssimo estado; juros altíssimos e exorbitantes; saldo em conta-corrente negativo e crescente; balança comercial com dificuldades; maus acordos comerciais com países emergentes, como a China; crise financeira global retornando; surto econômico brasileiro com enorme risco de ser uma bolha; crescente aumento dos pagamentos de royalties; mercado financeiro e cambial sustentado pelo capital especulativo internacional e o risco país subindo, tornando-o menos confiável para investir.

Se adicionarmos a esses fatores, o enorme compromisso de necessários gastos sociais com os menos favorecidos, a expectativa de melhores salários - real ou virtual; o descontentamento verdadeiro dos aposentados, mais a queda do Fator Previdenciário (esta, danosa a médio prazo); o aparelhamento do Estado, que para ser limpo dos incompetentes vai custar muito dinheiro e tempo; a falsa ilusão de que todos têm direito a tudo e obrigação com nada; o fim da Responsabilidade Fiscal; a animosidade com os países desenvolvidos, e o compromisso com o 'baixo clero' das nações do mundo, colocando o Brasil em posições desconfortáveis, ao fazê-lo ideológico avalista de atidudes descabidas, não democráticas e não condizentes com os direitos humanos básicos, como com a Venezuela, a Bolívia e o Irã, teremos prontinha a possibilidade de armação de uma estrutura que cairá ao menor descuido.

O Brasil deverá enfrentar nos próximos anos momentos econômicos de maiores dificuldades, que deverão solicitar decisões de certa austeridade. Talvez a idéia seja esta, isto é, que o próximo presidente veja-se obrigado a arrojar a economia e apopuação, esta, acostumada ao circo artificial mantido por Lula. A comparação seria inevitável, desde que fosse real, e o 'maquiavélico' retornaria para mais uma vez comandar o país, aí, com certeza, como ditador.

É possível, mas não é provável. Digo o resultado, não a arapuca.

Primeiramente, porque a incompetência deles no governo foi tão grande que eles julgam que os outros terão as mesmas dificuldades. Eles, todos saberão, pouco interesse tinham no País, mas consigo mesmos. Depois, porque o Brasil está em tal ponto de competência devido ao Plano Real, de Itamar e Fernando Henrique e à manutenção daqueles preceitos pelo atual governo, mesmo que não tenham gostado,que poderá gerar recursos que - bem aplicados, como deverão ser - farão com que o País cresça econômica e socialmente.

A armadilha parece bem montada, mas, mais uma vez, a pretenção e a arrogância os induziu a erro, o que, afinal, lhes é contumaz.

Vão descobrir que o BRASIL PODE MAIS!
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