terça-feira, 11 de maio de 2010

O Brasil no divã!

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E lembrar que este país já teve um povo honrado e valente, com claros limites políticos, apesar de sua histórica paciência e tolerância com aqueles que conseguem o poder. Gostem ou não, é um problema histórico-sociológico a concordância dele com algumas 'vantagens' devidas à influência que o comando político proporciona. Coisa de povo latino que somente o tempo - em seu longo curso - ameniza e cura. Mas leva tempo e, de certeza, ainda não chegou à América Latina e nem ao Brasil.

O problema é que nem todos os 'poderosos' sabem disso, isto é, que o que acontece que ficam tão à vontade é resultante de uma psicologia-coletiva que, mesmo que não abranja a todos os cidadãos, pode ser estabelecida como a média do pensamento nacional. É triste, mas é verdade.

A cura desta patologia deve seguir os caminhos e as técnicas da Psicanálise clássica. Há que buscar a causa do desequilíbrio em sua origem, voltando aos tempos em que se formava o caráter, em que se fundamentava a personalidade. É no prescutar as mastabas escuras onde foram subliminarmente 'descartados', ou 'esquecidos' certos acontecimentos, que podem ser encontradas as razões e as causas desses bloqueios psicológicos que teimam em travar e bloquear o livre e harmônico crescimento político do País.

Mas os 'poderosos' do momento não reconhecem, portanto, que estes estados não são perenes em sua materialidade, surgindo e desaparecendo em uma subitaneidade de tempo que gera estupefação. De uma para outra hora, mudam os humores coletivos, e o povo, antes dócil como um boi de canga, enrijece a musculatura, entesa o lombo, e se transforma em um touro furioso e desembestado. Então, a tudo quebra e corneia. E não adianta exclamar, gritar alto, entorpecido de surpresa. Nada a reclamar, pois é simplesmente a outra face do mesmo desequilíbrio coletivo. De um momento para outro - BUMMM - muda tudo!

Nunca se sabe o que gera tamanha reviravolta mental. No tempo do Getúlio - na versão eletiva - foram algumas palavras escritas por um nordestino - "mar de lama" - que bastaram para inviabilizar o governo getulista.

Em 1964, algumas outras palavras ditas num comício na Central do Brasil - "faremos as reformas na marra!" - e pouco tempo depois, aquele pessoal estava todo fugindo do Brasil.

O que será desta vez que servirá de última gota a entornar o balde? Um discurso, um ato do governo, um acontecimento banal qualquer? "Mar de lama" já se sabe que não é.

Não sei, nem adivinho, mas que o recipiente nacional está cheio pelas beiradas, disso não tenho nem dúvidas.

Inclusive, um conselho aos 'poderosos': leiam sempre um pouco de História, de Sociologia, de Antropologia, de Psicologia, ou peçam, ao menos, para que alguém leia alto para vocês. Para o bem do Brasil.
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