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Não se deixem levar pelas pesquisas. Elas geralmente são equivocadas, falseadas e sem rigor científico. Ou nem deveria haver eleições: bastava uma pesquisa. O que aparece nelas reflete tão somente o maior ou menor mecanismo de opressão ditatorial do governo. Hoje, está mais forte, mais atuante, mais despudorado do que nunca. Mas não se preocupem os interessados.
Lembro um velho ditado popular: "Se meu avô fosse mulher, seria minha avó!" Este antigo e jocoso ditado serve à maravilha para a presente campanha presidencial. Refiro-me à sanha e ao ilegal comprometimento do Governo da "União", assim mesmo, entre aspas, pois não somos mais reunião de Estados federados, mas sim uma "união" entre grupos ideológicos que aparelham a administração pública, estatal e paraestatal.
Este rancor pelos contrários - que não combina com uma democracia -, é nascido de uma ansiedade recorrente em relação a algo que não pode, em hipótese alguma, acontecer: a derrota deles na eleição que se aproxima.
Penso nas possíveis razões que possam existir e que fundamentem tal apreensão doentia. Todas elas, sendo reais, porventura, atemorizam-me, fazendo com que eu tema pelo destino do Brasil.
Será que o assalto ao dinheiro público foi de tal ordem a ponto de comprometer nosso futuro econômico, e cujos efeitos far-se-ão sentir nos próximos anos? É provável, pois foram dezenas e dezenas de escândalos denunciados e não apurados. Não só malversação direta de fundos públicos, mas perversas mancomunações entre os que compõem atualmente a Elite do Poder: superfaturamento de obras públicas, fraude em licitações, uso de informação privilegiada, advocacia administrativa, favorecimento de parentes e afins, saques suspeitos em cartões de crédito governamental, e uma infinidade de outros delitos administrativos. Tudo foi denunciado, mas o governo usou de todos os truques que o sistema proporciona para portar-e de maneira legal, mas injusta com a Nação. A justiça, como princípio natural suplanta e extrapola o Direito como instituição.
Nem tudo o que é “legal”, ou “é de Direito”, é justo. Nem tudo o que é votado é “democrático”, pois votos podem – e frequentemente são – comprados. Não só votos, mas apoio e colaboração interesseiros, egoístas e particulares. Principalmente em nações como o Brasil, carentes ainda de uma consolidação política histórica.
Está se tornando um costume na política brasileira o uso de comparações. Para ser válida e corresponder ao aspecto juvenil de nosso sistema político, dever-se-ia comparar as formas de governo historicamente adotadas. Temos duas, com variantes adaptativas: Monarquia e República. As pessoas já se benzem, pois o termo “monarquia” é politicamente incorreto, tornando um ignorante e um ingênuo ao que levanta tal questão.
Convenhamos que fica fácil ganhar aquilo que não se discute. Fugindo das comparações políticas, não de realizações factuais, não é necessário argumentar. Ganha-se no grito, no “carteiraço”, na desqualificação do contrário, no patrulhamento restritivo do campo das idéias. Não há nem mesmo necessidade de convencer a um jovem sobre o assunto, abrindo discussões amplas, livres e irrestritas. Não, basta persuadi-lo de que está sendo um idiota.
A tática não é muito diferente daquela que, de modo geral, domina não só a educação brasileira, mas também nossa mídia: não há opção ideológica, mas somente um lado: o esquerdismo. Recuso-me a chamar, inclusive de “Esquerda”, pois tendo sido um jovem da geração de 60, criei-me, convivi e discuti com a diversidade de opiniões, em meio a uma juventude politizada, que, além de ler sobre marxismo e capitalismo, sabia existir uma plêiade de outros pensares e pensadores, como Tocqueville, Saint Simon, Proudhom, Rousseau, Voltaire, e por aí afora, abrindo um leque enorme de aprendizado político. Não se aceitava discutir democracia, por exemplo, com que não havia lido Montesquieu. Os jovens de hoje o conhecem? É claro que não. Faz mal ao cérebro!
Esses eram os jovens – falo de adolescentes – politizados, ou em vias ou desejo de sê-lo, que amavam o país e queriam ajudá-lo a se encontrar. Quem leu suas perorações sobre as formas de governo jamais confundiria o autocracismo atual com democracia. Nenhum monarca brasileiro, por exemplo, teve o enorme poder de mando de um presidente brasileiro das últimas décadas. Com um agravante que depõe contra o atual sistema: os presidentes, e seus ‘partidos’ políticos nada fazem para o bem das pessoas, dos cidadãos – os que delegam seus poderes – mas para se perpetuarem, a si e aos companheiros, no comando. Isto seria entendível se houvesse o limite da honestidade de princípios, e ele inicia pelo fato de que uma pessoa eleita presidente deveria deixar de ser um político partidário para tornar-se o Primeiro Cidadão em responsabilidade para com a Nação. Deixaria de ser parte de uma simples parcialidade política que o levou ao poder, para ser um prócere nacional de TODOS – os quais, em sua totalidade dão legitimidade e sustento ao poder outorgado.
Joaquim Luís Osório disse em 1915, referindo-se à principal razão do Senador Pinheiro Machado – o ‘Sustentador da República’ – em discordar da apresentação de um candidato à Presidênciao feita pelo Presidente Rodrigues Alves: “...a prevalecer o princípio, teríamos, assim uma aristocracia encarnada em homens que iriam se substituindo em virtude da própria força autocrática; teríamos o absolutismo com a Máscara da República.”
Imagina então apoiar, trabalhar para tanto, querendo domar ao povo e dizer-lhe o que fazer, usando para isso todo o poder e aparato estatal, que pertence à Nação e não a ele, Presidente.
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sábado, 14 de agosto de 2010
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E´exatamento o modelo bolivariano de manipular as eleicoes. As pesquisas! Ignore-as e avante, Serra 45!
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