Nascido na Bahia, lá formou-se em Medicina. Logo após 1857 foi residir em Bagé, Rio Grande do Sul, onde se encontrava ao tempo da Proclamação da República, da qual era efusivo apoiador. Foi um dos fundadores do Partido Republicano Federalista, sob a presidência de Gaspar da Silveira Martins. Foi voluntário de primeira hora das tropas do Coronel Joca Tavares, na Revolução de 1893, tudo tendo abandonado para seguir a luta pelo seu ideal político: o Federalismo. Pai de família, com dois filhos, escreveu que foi para a guerra "para não exigir de mim um ato que , qual seria aquietar-me enquanto os companheiros que eu incitara à luta, morriam e sofriam". Coronel-médico do Exército Libertador, acompanhou sempre as forças de Gumercindo Saraiva. Escreveu um livro célebre de memórias de campanha: "Voluntários do martírio". Percorreu, lutando, todo o Rio Grande, indo até o território paranaense, até retornar ao extremo sul, onde Gumercindo encontrou a morte, no município de Santiago. Depois do exílio, volta ao lar onde se dedica o resto da vida à medicina e o auxílio aos pobres e desvalidos da sorte. Faleceu serenamente em 1905. No encerramento de suas memórias de guerra, escreveu:
"Não sei se as dores que senti, se os desconfortos que me acrabunhavam, eram mais pungentes no campo de ação, no terreno onde os fatos se consumavam, do que o que sinto hoje relendo estes escritos, que me recordam que o Brasil, a nossa cara Pátria, que me parecia ter sido feita de um sopro de bondade e um feixe de luz de bom senso, no fim do século XIX se tivesse rebolcado no lôdo mais infecto das épocas bárbaras. Pensei mais de uma vez calar ante tanta desolação; mas seria sancionar esses horrores que nos acabrunham, seria aguçar as vontades pouco satisfeitas a continuarem na faina cruel, sem a punição, tendo por galardão ainda os lucros materiais".
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